sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O dinheiro no mesmo bolso

A Economia ainda não mudou. As suas filhas, a especulação e a globalização ainda persistem. Vejam no meu post de 30/01/09 e no post abaixo:

Tribuna

Farsa e fraude no mundo: os falsos prejuízos bancários, mas os banqueiros (e as seguradoras) continuam pagando fortunas a eles mesmos

A frase-conceito é atribuída a Lenine, mas é rigorosamente verdadeira, dita por qualquer um: “Mais ruinoso do que ASSALTAR um banco é FUNDAR um banco”. Pronunciada há exatos 90 anos, a frase definição vem se consolidando e dominando o mundo.

Os movimentos guerrilheiros que dominaram o mundo a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, se financiavam e cresciam assaltando bancos, mas não conseguiram destruí-los. Pelo contrário, esses bancos cresceram incorporando outro setor invencível e cada vez mais lucrativo: o das seguradoras.

Esses bancos e seguradoras foram se tornando cada vez mais poderosos e pior: indispensáveis. As seguradoras não “seguram” coisa alguma, o lucro delas é cada vez maior, na medida em que reembolsam cada vez menos, ou quase nada.

Seguradoras, praticamente ligadas a bancos, se refugiam na burocracia e no que chamam de “franquia”, que é a forma de não bancarem nada, para eles tudo é lucro. Há tempos, um poderoso dono de seguradora, me dizia, num rasgo de sinceridade: “Helio, não devia te dizer isso, mas em matéria de automóvel, só vale o seguro que protege conta roubo ou perda total. O resto é desperdício de dinheiro”.

A poderosa AIG, tida como a maior seguradora do mundo, (junto com a Prudential) apresentou prejuízos fantásticos, praticamente inacreditáveis. Mas era e continua sendo farsa, fraude, fantasia para enganar pessoas físicas obrigadas a fazerem seguros. E até governos, (como o dos Estados Unidos) que “sensibilizados” com esses alegados prejuízos, despejaram fortunas para “salvá-las”.

Junto com essas seguradoras estão os bancos. Sempre ligadíssimos, (os gerentes de bancos são os maiores vendedores de seguros, pura intimidação e até chantagem), é impossível garantir quem ganha mais alegando prejuízos.

Os bancos no mundo inteiro, mantêm uma rivalidade destruidora para ver quem lucra mais. (Aqui no Brasil, Bradesco e Itaú estão sempre na frente de todos, os lucros ficam na casa dos bilhões. E o resto do mercado é dividido por multinacionais, que vieram para cá sem dinheiro, exatamente como a indústria automobilística, “tomaram” os bancos estatais, quando precisavam, recorriam ao BNDES. E este, “investia” o dinheiro do cidadão, nessas fábricas de exploração).

Esses bancos potências apresentaram prejuízos inimagináveis, mas seus diretores não mudaram o mínimo no padrão de vida, continuam recebendo fabulosas bonificações de fim de ano. E até durante o ano. E o governo Bush contribuiu para SALVÁ-LOS, com a primeira doação de 700 BILHÕES DE DÓLARES. Agora, descobriram o que consideravam impossível: desvio desses recursos.

Era a coisa mais previsível: não existe um só país no mundo que distribua graciosamente 700 BILHÕES DE DÓLARES sem que haja intervenção da corrupção. Esta não é privacidade apenas no Brasil, domina o mundo inteiro.

Agora, economistas, consultores e especialistas (?) garantem: “Até o fim de 2010, os bancos precisarão de mais 4 TRILHÕES DE DÓLARES para cobrir prejuízos. Esses “prejuízos” serão cobertos, lógico, com o dinheiro do contribuinte.

No início da chamada crise financeira, fiz uma afirmação e duas perguntas. 1 – Essa crise FINANCEIRA, será transformada em crise ECONÔMICA, sem dúvida. 2 – De onde vem tanto dinheiro? 3 – Para onde vai tanto dinheiro? Todos sabem as respostas, ninguém se interessa. A crise está longe, bem longe de apontar para uma solução.

Apesar dos governos devastarem as reservas (principalmente na Europa e nos EUA) o mundo não terá socialismo. O capitalismo é invencível, Marx já havia localizado e ensinado: “A eternidade do capitalismo é a fome do trabalhador”.

* * *

PS – Em todos esses acontecimentos, o surpreendente, mas surpresa das grandes, é a desvalorização do dinheiro, qualquer que seja o nome da moeda.

PS2 – A minha geração aprendeu e viveu com o MILHÃO. As gerações seguintes conviveram com o BILHÃO. Agora, o mais comum e rotineiro é o TRILHÃO. O milhão é coisa pré-histórica, o bilhão ficou no passado, quem citar outro valor que não seja o trilhão, estará ultrapassado.

PS3 – A melhor prova disso tudo: Lula, triunfante, afirmando, “estamos emprestando 10 BILHÕES ao FMI”. Esse mesmo FMI amaldiçoado, na verdade, não tanto quanto o CONSENSO DE WASHINGTON.

PS4 – Com ar triunfante, Obama retumba: “Vamos aumentar os impostos dos RICOS, PESSOAS FÍSICAS E EMPRESAS JURÍDICAS EM QUASE 2 TRILHÕES”. Pelo menos isso. Mas os 16 TRILHÕES “emprestados” a esses mesmos grupos, onde estão?

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