quinta-feira, 9 de maio de 2013

Serra contraria Aécio: "Não vejo a inflação explodindo no Brasil"

Uma coisa é certa: o Serra não vota em Aécio de jeito nenhum. 

Por Marina Dias, através da coluna do Bob Fernandes



O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (8) que não vê "perspectivas de descontrole inflacionário" para 2014 no Brasil e elogiou a política de redução de juros do governo Dilma Rousseff. Durante palestra promovida pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), o tucano falou por mais de uma hora sobre o que chamou de "análise crítica" da política econômica brasileira nos últimos dez anos, período em que o país foi governado pelo PT.
 
"Foi bom ter baixado os juros, também porque tinha um custo fiscal fenomenal. E não tem por que ser diferente. Não acredito que isso vá resolver a questão da inflação, que está relacionada aos preços relativos, mas não vejo a inflação explodindo", afirmou Serra.
 
A declaração do tucano vai contra a do senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato do partido à Presidência da República no próximo ano e desafeto conhecido de Serra. Aécio afirmou em evento do Dia do Trabalho, na capital paulista, que o governo Dilma havia perdido o controle da inflação e que estava sendo "leniente" com o tema.
 
A palestra, marcada para às 18h30, teve início às 19h10, com a execução do hino nacional. Apesar dos dois copos de água à disposição em cima da mesa, o ex-governador pediu para que fosse comprada uma lata de coca-cola zero. "As perguntas podem ser feitas por escrito", anunciou o professor da FEA-USP Fabio Loti Oliva. Serra, porém, intercedeu. "Pode fazer verbalmente, contanto que não seja sobre eleições".
 
O tucano afirmou que o Brasil seguiu uma tendência de "crescimento lento e modesto" na última década, "de 3% ao ano e olhe lá". Para ele, o modelo de expansão está diretamente ligado ao consumo e isso não configura um crescimento equilibrado. Segundo ele, o país não faz investimento público, principalmente no que diz respeito à infraestrutura, além de não ter capacidade para atrair investidores do setor privado.
 
Durante sua exposição, Serra disse que, além do crescimento lento, o Brasil decaiu quando o assunto é exportação. "Achar que o país vá viver de commodities e que isso salvará a economia é delirante. Não há economia mundial para absorver as commodities", explicou.

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