segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O Elio Gaspari revisitado, ou se preferirem, desnudado
















Primeiro foi o Paulo Henrique Amorim

A seguir,  modesta colaboração à biografia de Gaspari:
Os chapéus de Gaspari

(MAIO 16, 2008, no Ig)

Paulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas.

O colonista de “Livros” da Folha (da Tarde *) e do Globo, Elio Gaspari, usa muitos chapéus.
. O chapéu da família Marinho.
. O chapéu da família Frias.
. O chapéu tucano.
. O chapéu contra a privataria, embora jamais tenha falado do Daniel Dantas …
. O chapéu anti-Lula.
. O chapéu “independente”.
. O chapéu contra a tortura.
. O chapéu Golbery.
. O chapéu contra a ditadura.
. O chapéu Geisel.
. O chapéu Harvard.
. O chapéu Jorge Paulo Lehman.
. O chapéu Heitor Aquino Ferreira.
. O chapéu Companhia das Letras.
. O chapéu família Moreira Salles.
. O chapéu comunista.
. O chapéu americano.
. É por isso que não se entende o que ele diz.
. É uma charada.
. É por isso que ele se especializa em fazer denúncias em tom grave – sobre questões irrelevantes.
. É que ele se embaralha com tanto chapéu.
. É o malabarista que joga muitas garrafas para cima – e, de vez em quando, uma cai no chão …
. É porque, na verdade, todos esses chapéus são um disfarce.
. Gaspari só usa um chapéu.
. O chapéu do Serra.
. Gaspari é o único conselheiro em que Serra confia.
. Eles se falam três vezes por dia (de preferência de madrugada, porque os dois não dormem à noite) (*2).
. Todos os políticos de São Paulo sabem disso: Gaspari é o Governo Serra na sombra.
. Só a Folha não sabe disso.
. Ou não quer saber.
. Serra é o único político que comprou a ficha do Gaspari.
. No romance-reportagem “Castelo de Âmbar”, Mino Carta revelou que Gaspari pretende governar o Brasil.
. Como não conseguiu governar o Brasil ainda, Gaspari resolveu governar o passado do Brasil.
. E deu uma visão – ainda incompleta e muito peculiar – do passado recente do Brasil.
. E deu a versão “Heitor Aquino” daquilo que Gaspari chama de “ditadura”.
. Gaspari vai co-presidir o Brasil com o presidente eleito José Serquércia.
. Vai ser o Dick Cheney do presidente eleito
. A ligação Gaspari-Serra é antiga.
. No governo do Farol de Alexandria, quando o presidente eleito queria derrubar Pedro Malan para ser o Ministro da Fazenda – Serra quer sempre derrubar alguém … –, Gaspari defendeu o Governo tucano, menos o que chamava deekipeconômica”.
. Malan.
. Era preciso derrubar Malan.
. Agora, é preciso derrubar Geraldo Alckmin.
. Por isso, o Conversa Afiada convida o amigo leitor a jogar fora tudo o que o PiG disser que Serra disse de Alckmin.
. Basta ler o Gaspari.
. Ali está o verdadeiro Serra, na sua essência mais pura.
. Neste domingo, por exemplo, Serra/Gaspari diz que Alckmin vai desistir (de ser candidato a Presidente), porque não adianta ser candidato de um partido rachado.

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Agora vem o Governador Tarso Genro, do RS Urgente através do Cloaca News

“O alto comissário do Golbery não toma jeito”

Tarso Genro (*)
Como Elio Gaspari foi do velho Partidão e depois se tornou confidente do General Golbery, fazendo, a partir daí, uma carreira de jornalista mordaz e corregedor de todos os hábitos do país, ele se dá o direito de não só inventar tolices nas suas colunas, como também enganar os mais desavisados.
Defende as suas teses principalmente a partir da falsificação da posição dos seus adversários de opinião. Para defendê-las, Elio sempre desqualifica os seus adversários com textos de estilo ferino, que não raro beiram a difamação. Os que se sentem agredidos raramente se defendem, não só porque ele não publica as respostas na sua coluna, mas porque talvez temam despertar nele uma ira ainda maior, que também não abre espaços para o contraditório.
Já fui alvo algumas vezes das suas distorções e falsificações, mas sobre este tema da reforma política preciso responder formalmente, porque se trata de um assunto extremamente relevante para o aperfeiçoamento democrático do país, sobre o qual existem divergências elevadas, tanto dentro da esquerda como da direita democrática.
A estratégia usada por Elio Gaspari para promover suas crônicas foi muito comum na época da ditadura, quando o SNI – através de articulistas cooptados – recheava de informações manipuladas a grande imprensa, sobre a “subversão” e as “badernas estudantis”. O regime tentava, desta forma, tanto manter o controle da opinião pública, como dividir a oposição legal e a clandestina, num cenário em que povo já estava cansado do regime. Elio Gaspari parece que se contaminou com este vício e combinou-o com uma arrogância olímpica: desqualifica todo mundo, não respeita ninguém, o que pode significar uma volúpia de desrespeito a si mesmo, ensejada pela sua trajetória como jornalista com idéias muito próximas de um ceticismo anarco-direitista.
Vários dirigentes políticos, tanto da oposição como da situação – da direita e da esquerda – que não estão satisfeitos com o sistema político atual, debatem uma saída: uma reforma política para melhorar a democracia no país. Todos sabemos que não existe um sistema ideal e perfeito, mas que é possível uma melhora no sistema atual, que pode tornar mais decente a representação e os próprios partidos. Este debate para melhorar a democracia e dar maior coerência ao sistema de representação tem despertado a santa ira de Elio Gaspari, que dispara para todos os lados, mas nunca diz realmente qual é a sua posição sobre o assunto.
No seu artigo “O comissariado não toma jeito”, no qual sou citado nominalmente como defensor de fisiologismos, ele atinge o auge na deformação das opiniões de pessoas que ele não concorda. Vincula, inclusive de maneira sórdida estas opiniões a dirigentes políticos condenados na ação penal 470, para aproveitar a onda midiática que recorre diariamente a estas condenações, não só para desmoralizar a política e os partidos, mas para tentar recuperar os desastrados anos do projeto neoliberal no país, nos quais, como todos sabemos, não ocorreu nenhuma corrupção ou fisiologismo.
As deformações de Elio são explícitas quando ele examina dois pontos importantes da reforma política: o “voto em lista fechada” e o “financiamento público” das campanhas eleitorais. Sobre o voto em lista “fechada” ele argumenta, em resumo, que a “escolha deixa de ser do eleitor”, que vota numa lista preparada pelo Partido, que captura o seu direito de escolha.
Pergunto: será que Elio não sabe que a escolha na “lista aberta” (sistema atual), é feita, também, a partir de uma relação de nomes que é organizada pelos Partidos? E mais: será que Elio não sabe que a diferença entre um e outro sistema é que, no atual, o voto vai para a “fundo” de votos da legenda e acaba premiando qualquer um dos mais votados da lista, sem o mínimo nexo com a vontade do eleitor? Repito, qualquer um da lista, sem que o eleitor possa saber quem ele está ajudando eleger!
Na lista fechada é exatamente o contrário. O eleitor sabe em quem ele está votando. E sabe da “ordem de preferência”, que o seu voto vai chancelar, a partir do número de votos que o Partido vai amealhar nas eleições. O eleitor faz, então, previamente, uma opção partidária – inclusive a partir da qualidade da própria lista que os Partidos apresentaram – e fica sabendo, não só quem compõe a lista do seu partido, mas também a ordem dos nomes que vão ter a preferência do seu voto.
Na lista aberta, ao invés de crescer o poder político dos partidos – que Elio parece desprezar do alto da sua superioridade golberyana – o que aumenta é o poder eleitoral pessoal de candidatos que, neste sistema de lista aberta, carreiam os votos dos eleitores para qualquer desconhecido. Por mais respeito humano que se tenha por figuras folclóricas que ajudam eleger pessoas com meia dúzia de votos, não se pode dizer que a sua influência pessoal possa ser melhor que a influência das comunidades partidárias, por mais defeitos que elas tenham.
A tegiversação sobre o financiamento público das campanhas não é ridícula, porque é simplesmente uma falcatrua argumentativa. Elio diz que este tipo de financiamento não acabará com o “caixa 2” e que tal procedimento vai levar a conta para o povo, que ele chama gentilmente de “patuléia”. Vejamos se estes argumentos são sérios.
Primeiro: ninguém tem a ilusão de acabar com o “caixa 2”, que acompanhará as campanhas, enquanto tivermos eleições. O que devemos e podemos buscar é um sistema que possa diminuí-la, substancialmente, através – por exemplo – de um controle “on line”, de todos os gastos das campanhas, num sistema financiado por recursos conhecidos e previamente distribuídos aos partidos.
Este sistema certamente diminuirá a dependência dos partidos em relação aos empresários e permitirá um controle mais detalhado dos gastos, pois cada partido terá um valor previamente arbitrado, para ser fiscalizado à medida que os recursos forem sendo gastos. Reduzir, portanto, a força do poder econômico sobre as eleições, este é o objetivo central do financiamento público.
Quanto à transferência das despesas para o povo, qualquer aluno do General Golbery – digo aqui da modesta situação de fisiológico que me foi imputada – sabe que as contribuições dadas pelas empresas aos partidos e aos políticos, são “custos” de funcionamento de uma empresa, que integram o preço dos seus produtos e serviços, que são comprados pelo consumidor comum ou pelo Estado.
Quem paga por tudo, sempre, é o povo que trabalha e compra e o Estado que encomenda, compra e paga. O defensor da patuléia, portanto, não está defendendo nem a “viúva” metafórica nem o Estado concreto. Está, sim, defendendo a atual influência do poder econômico sobre os processos eleitorais, de uma forma aparentemente moralista, mas concretamente interessada: acha que o sistema assim está bem. Uma forma de fisiologismo altamente disfarçado. O alto comissário do Golbery não toma jeito.
(*) Governador do Rio Grande do Sul


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O que Aécio faria no quadriênio 2015/2018 e a resposta de Lindbergh

Vejam abaixo, na íntegra, o que o cambaleante e titubeante Aécio somente faria se fosse presidente em 2015.




E a resposta de Lindbergh.




quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Bob Fernandes: Renan Calheiros manda recado para os donos de mídia



Corre na internet uma petição para que Renan Calheiros (PMDB-AL) renuncie à presidência do Senado. Mais de 1 milhão e 360 mil internautas (o correspondente a 1% do eleitorado brasileiro) já teriam assinado a petição. Nenhuma consequência legal decorre desse abaixo assinado. O valor desse movimento é político.
E política foi importantíssima mensagem enviada por Renan Calheiros às vésperas do carnaval. Renan embutiu sua mensagem, quase sem ser notada, em meio a um artigo publicado na coluna Tendências/ Debates à página 3 da Folha de S.Paulo.
Renan escreveu:
- Passo relevante é a defesa do nosso modelo democrático, a fim de impedir a ameaça à liberdade de expressão, como vem ocorrendo em alguns países. O chamado inverno andino não ultrapassará nossas fronteiras.
O presidente do Senado e do Congresso pregou ainda:
- Temos que nos inspirar, sim, nas brisas de uma primavera democrática e criar uma barreira contra os calafrios provocados pelo inverno andino.
Por fim, Renan prometeu "criar uma trincheira sólida, se preciso legal, a fim de barrar a passagem desses ares gélidos e soturnos. Em governos democráticos, não deve haver nenhuma pretensão de se imiscuir no conteúdo dos jornais, nem na atividade dos jornalistas".
O que Renan quis dizer com sua metáfora andina?
Em seu artigo/recado Renan enviou foi uma proposta, digamos assim, para os donos da indústria de Mídia do Brasil. Em resumo, o que ele disse sem dizê-lo foi: Não mexam comigo que eu não deixarei que mexam com vocês.
Quando fala em "inverno andino", Renan busca assustar, pois há quem se assuste, com o Equador de Correa e a Venezuela de Hugo Chávez. E também com a Argentina de Cristina Kirchner e sua Lei de Meios de Comunicação.
Os Fatos. Certamente há no Brasil quem sonhe com censurar a imprensa. Como há quem queira, como se faz no mundo civilizado, ter leis que, na prática, impeçam monopólios na indústria da comunicação. Isso é capitalismo. É zelar pela livre concorrência, regular o mercado. Como se faz com pasta de dente, cerveja, sabão em pó…
No Brasil há também quem sequer aceite esse debate. Basta uma menção ao assunto e lá vem a ameaça: "É censura!". Só para lembrar: os EUA, , com a sua Federal Communications Commission (FCC), regulam as dimensões e regras da sua Indústria de Comunicação.
A Inglaterra também. Com sua similar OFcom, obrigou Murdoch, barão da mídia, a abrir mão da SKY. Murdoch tinha 40% e queria comprar os outros 60%. Como seu jornal News Of the World grampeou o herdeiro do trono, e muitos outros, Murdoch perdeu a SKY. E teve que fechar o jornal centenário.
França, Portugal, países nórdicos… Mundo afora, nações democráticas tem órgãos que cuidam da regulação na indústria de comunicação. Estes são fatos, facilmente verificáveis com dois cliques na internet. Isso nada tem a ver com censura.
Fato é, também, que o acuado Renan Calheiros escreveu e viu publicada a sua "mensagem" andina. Que, embutida, carrega e propõe uma troca. Ou, ao menos, uma trégua. E, na prática, o não tocar, ou não mexer em nada.
O Brasil precisa e merece debater esse tema, o das dimensões da sua Indústria da Comunicação. Com transparência e sem falseamentos. Com espírito democrático. Sem ameaças de quem quer que seja.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Os muitos significados dos 34 anos da Revolução Iraniana

De Beto Almeida. Através do Blog de um sem mídia.

Em 11 de fevereiro fez 34 anos que um poderoso movimento de massas, liderado pelo Aiatolá Khomeini, com a participação massiva de trabalhadores, jovens, mulheres, religiosos, conseguia por fim ao regime monárquico apoiado pelos EUA.
Há 34 anos, num 11 de fevereiro como hoje, um poderoso movimento de massas, liderado pelo Aiatolá Khomeini, com a participação massiva de trabalhadores, jovens, mulheres, religiosos, conseguia por fim, após anos de resistência e meses de mobilizações diárias, derrubar o regime monárquico, ditatorial de Reza Pahlevi, aliado do imperialismo inglês e estadunidense, que aliás apóiam o desenvolvimento nuclear do Irã, como parte da estratégia mundial contra a então URSS e seus aliados naquela região.

Em 34 anos, o Iran realizou regularmente 8 eleições presidenciais pelo voto direto. Os EUA, nenhuma! O Iran não atacou, não agrediu, não invadiu nenhum país em todo este período. Já os EUA intervieram militarmente em Granada, Panamá, Somália, Irak, Afeganistão, Líbia, apóiam oficialmente a agressão contra a Síria, apóiam a ação imperialista da França contra o Mali, apóiam as sanguinárias intervenções militares de Israel contra a Palestina, contra o Líbano (onde foi derrotado), instalaram prisões e centros de tortura em 54 países do mundo e mantiveram o bloqueio ilegal contra Cuba. Mas, graças ao controle do fluxo midiático internacional, uma avalanche diária de mentiras apregoa que o Iran é seria supostamente uma ditadura, um perigo para a humanidade, inclusive por pretender ter acesso pleno ao desenvolvimento da tecnologia nuclear. Afinal, os EUA não têm tecnologia nuclear e não foram o único país a usar a bomba atômica contra o povo japonês, no maior atentado terrorista registrado na era moderna?

A Revolução antiimperialista do Iran chega aos 34 anos enfrentando sanções de várias modalidades por parte do capitalismo mundial. Sanções que, até agora, não conseguiram travar o progresso educacional e científico-tecnológico da nação persa, ao contrário. Enquanto, países como o Brasil, para dar um exemplo, vê o seu programa espacial patinar e patinar, anos a fio, o Iran, que deu início ao seu programa espacial muito depois do brasileiro, acaba de lançar uma nave tripulada ao espaço e fabrica, totalmente, seus próprios satélites, sendo também nacional a tecnologia para o seu lançamento.

O significado da captura do drone made in USA
Enquanto o Brasil viu-se praticamente desarmado ante o vendaval neoliberal que demoliu sua indústria base, entregou a Embratel ao controle norte-americano e com ela o controle de informações estratégicas, inclusive militares, o Iran fabrica seus próprios submarinos, seus drones, seus aviões, civis e militares.. Aliás, foi com uma tecnologia que o Iran surpreendeu a arrogância tecnológica dos EUA, que só acreditou no desenvolvimento tecnológico persa nesta área quando um drone espião made in Usa foi totalmente capturado e aterrissado em solo iraniano - não foi abatido, foi capturado por um sistema eletrônico de navegação aérea super avançado.

Enquanto o o Iran, com apenas 34 anos de revolução que lhe permitiu assumir plenamente o controle sobre sua economia petroleira, antes controlada por ingleses, e desenvolver uma avançada indústria aérea, automotiva e ferroviária, o Brasil se vê diante de dificuldades para retomar não só o crescimento, mas o controle nestas áreas, já que a Embraer foi privatizada, a indústria naval foi privatizada e demolida - só agora começa a levantar-se, graças à lucidez de Lula e à presença da estatal Petrobrás na realização de encomendas - e caminha lentamente para recuperar, também, sua indústria ferroviária, para o quê é fundamental a decisão tomada pelo presidente Lula de reestatizar a Cobrasma, fábrica de equipamentos ferroviários. Criada como estatal no governo Geisel, foi privatizada por Fernando Henrique Cardoso e reestatizada no governo do PT.

Correntes antiimperailistas: militares ou religiosas
Enquanto o Iran já nacionalizou totalmente o seu petróleo e chega aos 34 anos de Revolução anunciando ao mundo a entrada em operação da maior refinaria do mundo revela a todos os sucessivos fracassos dos EUA para destruir aquele processo revolucionário que registrou também a incompreensão de muitos setores dogmáticos da esquerda em razão para presença das estruturas religiosas com uma entrega heróica em sua realização, entrega e desprendimentos que nada ficam a dever a qualquer processo revolucionário em qualquer parte do mundo. Mas, estes dogmáticos são os mesmos que também ficaram perplexos, indecisos e até hostilizaram outros processos conduzidos por equipes militares como Chávez, com Nasser, Alvarado, Torrijos, Thomas Sankara ou Kadafi, chegando ao absurdo de intelectuais de valor passarem a apoiar a Otan na guerra neocolonial contra Líbia, tal como antes , setores de esquerda se aliaram ao imperialismo contra Peron, contra Vargas e agora também contra a Síria.

Lições do fracasso das sanções imperiais
O vigoroso exemplo iraniano na tomada soberana de seu próprio petróleo, resistindo a todas as sanções imperialistas por meio da superação da dependência tecnológica - um estudo aponta que os cientistas iranianos na área do petróleo e nuclear possuem uma média de idade de 31 anos, inferior portanto ao período revolucionário - deveria ser profundamente estudado pelo Brasil, em particular pelo PT, pelos cientistas e pelas academias militares brasileiras.

A entrada em operação da Refinaria Shazand, a maior do mundo, com tecnologia totalmente nacional, é indicativo do potencial de desenvolvimento que se pode alcançar a partir de uma postura de independência. Mahmud Ahmadinejad acaba de anunciar também que o Iran está promovendo, ademais da independência tecnológica, a independência monetária frente ao dólar, realizando operações com outras moedas e outros países que não se submetem às ordens arrogantes dos EUA ao aplicar as sanções, e que, ao contrário, ampliam suas relações com a nação persa, terra de férteis poetas e cultura milenar. Em direção contrária a uma soberania monetária plena, o Ministério da Fazenda no Brasil anuncia a privatização do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), depois de ter quebrado monopólio estatal nesta área decisiva em 2007, monopólio construído na Era Vargas, quando o presidente gaúcho aceitou um conselho estratégico do saudoso Barbosa Lima Sobrinho. Que paradoxo! Quanto mais o dólar é inconfiável, quanto mais é instável e desequilibrado o sistema financeiro internacional, quanto mais se repetem os exemplos de fraudes, falência e inseguranças, o Brasil marcha na direção contrária, recebendo um tsunami de dólares emitidos sem lastro, capital externo hoje volume muito maior do que seu superávit primário, e promovendo, não a expansão produtiva em nosso território, mas apenas e tão somente uma vertiginosa desnacionalização da economia, inclusive em setores estratégicos como o da energia, no etanol e no petróleo.

Basta dizer que graças uma desastrosa desvalorização das ações da Petrobrás, nos anos 90, ações compradas a preço de banana por sortudos “investidores estrangeiros “, uma parte importante do petróleo pré-sal, cerca de 1/3, estima-se, já pertence aos praticantes da jogatina de Wall Street, sem terem investido um tostão no desenvolvimento da Petrobrás, que correu todo o risco para encontrar essa riqueza. Faz muito bem o chanceler argentino Timmerman, ao alertar, referindo-se à justa solidariedade brasileira à causa das Malvinas Argentinas, que “o Brasil deve sim se preocupar com a militarização do Atlântico Sul.

A maior refinaria do mundo
A refinaria de Shazand, próxima à cidade de Arak, será a primeira no Iran com capacidade processar 4 mil barris diários, convertendo mais de 90 por cento do óleo cru que recebe em gasolina, gás liquefeito, propano, querosene, diesel , óleo e alcatrão., contrastando com declaração recente da presidente da Petrobrás, de que a estatal brasileira não teria condições de construir sozinha, ou seja, sem capital externo, novas refinarias, propagando com isto uma nuvem de dúvidas e interrogantes. Se o Brasil é a quinta ou sexta economia do mundo e não tem capacidade para construir novas refinarias, como é que o Iran que nacionalizou praticamente toda sua economia petroleira tem? Esta seria apenas um delas, claro...

Energia nuclear para todos, armas nucleares para ninguém
Para compreender as razões pelas quais o Iran consegue resistir e vencer as sabotagens , as ameaças e as sanções imperiais, é preciso conhecer um pouco o pensamento político das lideranças iranianas , entre elas o discurso que o presidente persa, Mahmud Ahmadinejad proferiu na ONU, na Assembléia-Geral, defendendo “energia nuclear para todos e armas nucleares para nenhum país”. Quem pesquisar na internet e conhecer este texto sonegado pela mídia brasileira ao nosso povo, vai compreender de fato as razões do Iran, bem como a falta de razões dos países que o atacam. Sobre isso vale conhecer também declarações do Líder Supremo , Aiatolá Kamenei, ante as vergonhosas propostas dos EUA para retomar o diálogo com o seu país. “ Eu não sou um diplomata, Eu sou um revolucionário e falo com franqueza, honestidade e firmeza. Uma oferta de diálogo só tem sentido quando a parte que faz a oferta demonstra sua boa vontade” criticando com dureza a incoerência e falta de sinceridade do governo de Barak Obomba, que endureceu as sanções contra o Iran, realiza manobras militares em suas costas, pratica vôos ilegais com drones sobre o território persa e está por trás dos assassinatos de brilhantes cientistas iranianos, ante o silêncio incoerente da diplomacia brasileira.

Aliás, diante do crescimento das relações comerciais entre o Brasil e o Iran, com potencial para amplas possibilidades de expansão - não apenas no campo econômico, mas também no científico e tecnológico, pois, afinal, é inexplicável que o Iran , ou a Argentina ou Cuba não estejam incluídos no roteiro do Programa Ciência sem Fronteiras - seguem obscuras as razões que levaram o governo Dilma a dar um voto contra o Iran na ONU, numa clara colaboração do Itamaraty com a hostilidade da campanha imperial contra a nação persa. Será que a Secretária de Direitos Humanos da Presidência da República, Ministra Maria do Rosário, desconhece que é diária e regular a prática de torturas contra brasileiros pobres nas dependências do estado brasileiro? Será que o Brasil tem lições a dar ao Iran em matéria de direitos humanos quando aqui o homicídio é comprovadamente a mais importante causa morte de jovens pobres e negros e quando continuam impunes os responsáveis pela violência no campo na luta pela reforma agrária?

Energia nuclear e manipulação
Possuidor de um programa nuclear, o Brasil deveria botar as barbas de molho, pois toda a hostilidade hoje lançada contra o Iran por seu inquestionável direito de, como membro da Agência Internacional de Energia Atômica, desenvolver tecnologia nesta área, pode, amanhã, ser lançada contra nós, não sendo descartadas, a priori, a prática de sanções. Obviamente, hoje os centros imperiais estão preferindo a enxurrada de dólares desvalorizados, que compram patrimônio produtivo local e alavancam um importacionismo devastador para a indústria nacional, implicando não em absorção de poupança externa como declaram, ingenuamente, alguns membros da área econômica, mas sim em estupenda e perigosa desnacionalização, além de volumosa remessa de recursos para as matrizes, que para cá remetem maquinário sucateado, a preços super faturados. Há,inclusive, denúncias de que alguns destes maquinários sequer chegam aos nossos portos, mas são religiosamente pagos. Houvesse jornalismo investigativo maduro no Brasil, eis aí uma boa pauta.

Ameaças
Enquanto o Iran responde às ameaças que recebe, sobretudo da parte de Israel, com uma tremenda nacionalização e desenvolvimento tecnológico de sua indústria bélica, o Comandante da Aeronáutica no Brasil, em depoimento no Congresso, informou que a maioria das aeronaves daquela arma praticamente não voam. Agregue-se a isto o fato de que autoridades da força naval reconhecem que, atualmente, o país não possui condições efetivas para defender , por exemplo, sua riqueza petrolífera, suas plataformas etc. Os contrastes bastam para levar aos autoridades a compreender a importância destes 34 anos de processo transformador da nação asiática construindo uma soberania concreta, baseada na independência tecnológica, não apenas no setor militar, mas também neste setor, pois, como é evidente, este mundo não é para meigos...

Uma Frente Antiimperialista Internacional?
É este desenvolvimento não dependente o que permite ao Iran ter um papel protagonista na crise síria, ao contrário do Brasil, que , apesar das declarações da Presidente Dilma em favor de uma solução pacífica, viu representantes do Itamaraty participando de encontros internacionais, protagonizados pelas grandes potências ocidentais, onde se declarou abertamente o apoio armado oficial aos grupos mercenários que querem esquartejar a Síria, como foi feito com a Líbia, também ante a omissão inexplicável do Brasil. Hoje, o Iran, com a Rússia e China, reformulam a posição passiva que tiveram ante a crise da Líbia e estão levando os dispositivos imperiais a relutarem na repetição de uma operação como aquele feita contra Kadafi. É preciso organizar uma articulação antiimperialista internacional e seria indispensável que o Brasil fizesse parte dela, junto com a Argentina, a Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador,Nicarágua, para citar apenas os países latinoamericanos.

Um telefonema decisivo

Certa vez, Golda Meir, então primeira ministra de Israel, ordenou a preparação de 7 aviões militares, com ogivas nucleares para serem lançadas contra 7 capitais de nações árabes. Um telefonema de Leonid Brejnev alertando que a URSS não ficaria passiva diante de um ataque deste porte frustrou os planos sinistros do sionismo, assim como provavelmente frustraram-se os planos dos EUA de, em 1979, por meio de uma sofisticada operação militar pelo deserto iraniano, resgatar os agentes da Cia e outros que estavam na Embaixada norte-americana em Teerã, ocupada por estudantes revolucionários persas A versão espalhada pela mídia, honrosa, de certo modo, foi que uma tempestade de areia prejudicou a intervenção dos helicópteros... Hoje, as manobras da Marinha Russa no mar da Síria, e os acordos militares entre Rússia e China, bem como as manobras militares defensivas do Iran, a Rússia e a China, são mensagens eloqüentes enviadas aos cérebros intervencionistas imperiais. Parece que a política externa brasileira, neste campo, anda distante das avaliações feitas pelas academias militares, mais realistas e concretas, em cujos documentos se adverte para possíveis agressões de uma nação de grande poder tecnológico contra a Amazônia Brasileira, por exemplo. Seria a Bolívia? Ora....a retomada da Quarta Frota da Marinha dos EUA a navegar pelo Atlântico Sul é uma resposta aos céticos, românticos e crédulos em torno de uma cooperação com os centros imperiais. Seja monetária, educacional ou militar.

Cultura e Mídia
Premiado recentemente, um filme produzido nos EUA, “Argo”, elenca e distribui um conjunto de falsas informações acerca daquele episódio em que os estudantes iranianos ocuparam, por anos, a Embaixada norte-americana em Teerã, para denunciá-la como um centro de sabotagens, agressões e de apoio à contra-revolução contra o legítimo direito do povo persa escolher seu rumo na história, sem submissão ao império como antes, na sanguinária ditadura-monarquista de Reza Pahlevi.

O cinema tem sido uma fonte de agressões ao Iran, mas , o cinema iraniano tem conseguido, apesar das sanções e boicotes e do oligopólio Hollywoodiano, obter reconhecimento e respeito nos festivais e centros culturais em vários países, com seguidas premiações. Com isto se comprova o que muitos setores intelectuais insistem em ignorar: o estratégico papel do estado em defesa do cinema, de uma cultura soberana, da construção de uma identidade nacional. Aqui ainda estamos com 90 por cento dos circuitos cinematográficos ocupados por Hollywoody, com o cinema brasileiro ainda lutando para sair da clandestinidade ante o seu próprio povo, dos quais apenas 12 por cento freqüenta cinema regularmente, e menos de 10 por cento dos municípios possuem salas de exibição.

Soberania informativo-cultural
Esta batalha das idéias, no terreno da cultura e da informação, encontra um Iran cheio de iniciativas ante o mundo, o que fez com que países capitalistas europeus, que se auto-declaram os mais cultos e civilizados, tenham censurado os canais de TV iraniana nos satélites daquele continente. A censura foi seguida agora pelos EUA, que também proibiu a sintonia da TV pública iraniana em seu território e, para demonstrar vassalagem, o exemplo censor foi seguido pelo Canadá. Por tudo isto se pode dimensionar o absurdo do Brasil ter privatizado e internacionalizado, na era FHC, a Embratel. É preciso reconstruir o estado, nesta área também, urgentemente, pois é uma questão de soberania informativo-cultural. A distância de uma postura adequada por parte do Brasil pode ser medida pela reduzidíssima cooperação da TV Brasil com a Telesur e com a Agência de Notícias Pátria Latina, apesar do discurso oficial brasileiro em defesa da integração latino-americana.

Quem é obscurantista?
São muitas as lições que podem ser extraídas desta vigorosa marcha de 34 anos da Revolução Iraniana consolidando um destino histórico independente, soberano e com capacidade de cooperar com vários países do mundo nas áreas como indústria de tratores, de caminhões, de medicamentos. Num único artigo é impossível esgotar o tema. Mas, pelo menos é possível despertar a necessidade de que sejam superados os preconceitos daqueles que tentam construir uma imagem do Iran como um país obscurantista, o que lhes impede examinar efetivamente, objetivamente, o que este país tem alcançado para o seu povo e para os povos com os quais colabora na região. E que isto somente foi possível mediante uma atitude de rebelião contra os critérios e programas enganosos do neoliberalismo e do neocolonialismo e também mediante o envolvimento do seu povo num novo projeto, razão pela qual, milhões de iranianos ocuparam hoje as principais praças de Teerã, surpreendendo a mídia ocidental, incapaz de explicar todos esse fenômeno transformador ao seu povo. Razão pela qual recorre sistematicamente à censura ou à mentira. Essas sim, práticas medievais, obscurantistas..

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Aécio traiu o PIG? Assim fica difícil achar um presidente

Aecio-Bebado
"Meu dedin mindin aponta pro Renan e o cata-piolho pro Taques. Oh céus, que dúvida cruel"
O cambaleante e titubeante ( e olha aí porque eu o chamo de titubeante) Aécio deixou dúvidas em quem realmente ele votou para a presidência do Senado. Tudo indica que ele votou no Renan e o PIG ficou mudo com isso. Na anti-propraganda que o PIG estava fazendo contra o Renan dizendo que ele representa tudo de ruim, esquecendo de seus ídolos de outrora como Demóstenes Torres, Eduardo Azeredo, etc, depois de verificar que alguns senadores do PSDB votaram no Renan, nem sequer foram perguntar ao cambaleante e titubeante Aécio qual era sua opinião sobre o assunto.
Com isso fica difícil um presidente para o PIG. Pelo jeito os olhos do PIG podem se voltar para São Paulo novamente, o berço da direita, reinventando agora provavelmente um Alckmin paz e amor.
E o Serra já pode ressurgir das cinzas do fundo do poço onde ele se encontra para reconvocar todas as forças de seus eleitores para sí e anunciar sua pré-candidatura.
Será que veremos a Eliane Catanhede anunciando de novo, sem autorização, uma chapa cheirosa puro-sangue Alckmim e Serra?

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Renan derrota o PIG e pode vir mais derrotas por aí

Socorro, tô derretendo
Aconteceu o que todos esperavam: Renan eleito presidente do Senado. O que eu não esperava é que até senadores do PSDB votaram no Renan. E o cambaleante e titubeante Aécio, o Paulo Henrique Amorim tem dúvida em quem ele votou.
O PIG bem que tentou com toda aquela parafernália de denúncias contra o Renan que nós estamos carecas de saber e pautando o Gurgel para desengavetá-las, mas não deu.
Agora o Gurgel tem um problema. Sabe o Collor. Aquele que merecidamente sofreu impeachment, foi ao fundo do poço, mas saiu dele. Quem defendeu ele até o último minuto naquela época foi nada mais nada menos o seu maior amigo até hoje: Renan Calheiros.
Esse mesmo Collor cujo partido é base de apoio ao governo, caiu no colo de Lula e tem defendido veementemente o governo, principalmente atacando o Procurador Gurgel no caso Cachoeira onde diz que ele prevaricou ao engavetar por muito tempo o caso Cachoeira. Esse mesmo Collor agora tem a chance de pedir finalmente, o que todos queremos: o impeachment de Gurgel.