Este Blog é uma mídia alternativa e um contraponto à grande imprensa. Quando digo grande imprensa quero me referir a essa meia dúzia de jornais e revistas de grande circulação que abertamente discriminam o Presidente Lula e seu Governo. Escreverei também algumas tagarelices sobre Política, Economia e outros assuntos gerais de acordo com minhas idéias e pensamentos. "Apoio Dilma Presidente"
domingo, 29 de maio de 2011
A Globo é mulherfóbica?
Desculpem os termos que vou usar porque não têm no dicionário, mas demorou para a Globo assumir seu lado machista. Já sabíamos que ela era operariofóbica, pois ela não se conforma com um operário no poder, agora ela revela conforme reportagem da Epoca, que é também mulherfóbica e já decreta a morte da presidente Dilma.
O retorno de Zelaya
operamundi
O ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya retornou neste sábado (28/05) a Honduras, onde era esperado por milhares de pessoas, informou a impresa local. Ele chegou de Manágua em um avião venezuelano CRJ 700, que aterrissou às 14h22 locais (17h22 de Brasília) na capital hondurenha, Tegucigalpa.
Zelaya beijou o chão ao sair da aeronave. Ele foi recebido por sua mãe, Hortênsia Rosales, seus filhos Héctor Manuel e José Manuel, e o ministro de Planejamento hondurenho, Arturo Corrales, um dos negociadores do acordo que permitiu seu retorno.
Em breves declarações a jornalistas, ele agradeceu pela gestão do acordo aos presidentes de Honduras, Porfirio Lobo, da Venezuela, Hugo Chávez, e da Colômbia, Juan Manuel Santos.
Antes de sair da Nicarágua, Zelaya disse em entrevista à Telesur, que seu retorno a Honduras é como "uma vitória" para a democracia da América Latina.
"Minha volta é resultado de um esforço que todos os países da América Latina fizeram. É uma vitória dos processos institucionais e democráticos", comemorou, antes de embarcar.
Zelaya chegou na noite de sexta-feira à Nicarágua vindo da República Dominicana, onde ficou nos últimos meses.
Seu regresso abre caminho para a reintegração do país à OEA (Organização dos Estados Americanos), órgão do qual foi suspenso em outubro de 2009, após o golpe de Estado que o depôs.
Mudanças políticas
A expectativa é de que ele encontre uma Honduras diferente da que deixou em janeiro do ano passado, a começar pelo cenário político. Após sua deposição, grande parte da base aliada de seu partido, o PL (Partido da Liberdade), deixou de apoiar Zelaya por considerá-lo muito radical e acusá-lo de abandonar a organização para dedicar-se apenas a FNRP (Frente Nacional de Resistência Popular), coalizão formada principalmente por simpatizantes de esquerda.
Leia mais:
Zelaya será recebido com festa por aliados e simpatizantes no retorno a Honduras
Honduras deve retornar à OEA em 1 de junho, diz ministra colombiana
Acordo define retorno de Zelaya e reinserção de Honduras à OEA
Garcia sinaliza que Brasil pode reconhecer governo de Honduras em breve
Insulza indica que pode readmitir Honduras na OEA após absolvição de Zelaya
Durante seu exílio, Zelaya provocou polêmica com os aliados liberais ao dizer que se considera um "liberal pró-socialista", o que foi considerado contraditório já que o PL, junto com o atual governante PN (Partido Nacional), é um dos dois grandes grupos conservadores que dominaram a política de Honduras.
Para o dirigente Edmundo Orellana, que foi seu ministro em três diferentes carteiras, em seu retorno Zelaya deve definir se militará pela FNPR ou pelo PL.
A FNPR, por sua vez, garante que Zelaya deixou o liberalismo e militará apenas para a frente. Para o subcoordenador da frente, John Baker, Zelaya chegou ao poder por meio de um "partido oligarca", mas agora, após o exílio, é a hora do ex-presidente atuar de uma forma mais próxima ao povo, por meio da FNPR.
Em declarações à imprensa hondurenha, Baker afirmou que para o sábado (28/05), os simpatizantes do ex-presidente prepararam carreatas e passeatas pelas principais ruas de Tegucigalpa. A FRNP, porém, proibiu bandeiras vermelhas e brancas, que representam o liberalismo, bem como as do partido esquerdista UD (Unificação Democrata).
Segundo o encarregado da FNRP para a recepção de Zelaya, Gilberto Ríos, a frente espera mobilizar um milhão de hondurenhos para a praça Isis Obed Murillo, localizada na zona sul do aeroporto internacional de Toncontín.
Nesta sexta-feira (27/05), trabalhadores, camponeses, indígenas, mulheres, políticos progressistas, e representantes de outros setores no país foram convocados pela FNRP para participar das manifestações pró-Zelaya.
Zelaya foi deposto por um golpe de Estado militar em 28 de junho de 2009 e se exilou na República Dominicana. A efetivação de seu retorno foi fruto de um longo diálogo com o atual governo, intermediado pela Colômbia e pela Venezuela, que também lideraram as negociações para a reincorporação de Honduras à OEA.
O ex-presidente, por sua vez, impôs como condição para seu regresso a anulação dos processos de corrupção que corriam contra ele, decisão que foi tomada no início de maio.
Direitos Humanos
Além da reintegração à OEA, a volta de Zelaya reabre a discussão sobre os direitos humanos em Honduras. Entretanto, a visão da dirigente do Copinh (Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras), Berta Cáceres, é pessimista. "O regresso de Manuel Zelaya não mudará a situação de direitos humanos em Honduras", disse em entrevista para a Radio del Sur.
Leia mais:
Presidente de Honduras defende reforma constitucional
Advogados de Zelaya pedem nulidade de processos contra o ex-presidente hondurenho
Procuradoria de Honduras concede anistia para Manuel Zelaya
Hondurenhos saem às ruas pedindo novo pacto social
Falta vontade política para resolver problemas de Honduras, diz ativista de direitos humanos
Para ela, a volta do ex-presidente se dá em um momento crítico da história do país, quando "a repressão, os ataques aos jovens, as ameaças contra o movimento campesino, a pressão das transnacionais e a militarização continuam e ganham força". "Estamos vivendo a calamidade da violência política e da impunidade", disse.
Cáceres acredita que a situação de direitos humanos em Honduras deve ser discutida internacionalmente e que a volta de Zelaya deveria servir como forma de impulsionar este debate.
A dirigente do Copinh denunciou ainda que os opositores a Zelaya estão tentando se articular para impedir que o povo se reúna em Tegucigalpa para recebê-lo e alertou que aceitar a reintegração de Honduras à OEA mediante o comando do atual presidente Porifio Lobo é "deixar um golpe de Estado impune e humilhar todo um país".
"Os golpistas são capazes inclusive de fazer um novo complô contra Manuel Zelaya. Estamos confiantes. Nosso chamado é para o povo hondurenho tomar cuidado porque não podemos nos aliar a uma política repressora. A segurança de Zelaya é outra coisa que nos preocupa", acrescentou.
Em entrevista à La Voz de las Madres de Argentina, o dirigente da FNRP, Rafael Alegría, concordou com Cáceres e classificou a situação dos direitos humanos em Honduras como "crítica". Segundo ele, mesmo após a criação do Comitê de Verificação por colombianos e venezuelanos para verificar possíveis violações, ainda há "muita repressão".
O dirigente ainda denunciou que camponeses continuam sendo assassinados e que cerca de 20 professores estão em greve de fome porque seus direitos trabalhistas não estão sendo respeitados. O atual governo de Porfirio Lobo, sucessor do ditador Roberto Micheletti, foi acusado, em reiteradas ocasiões, de repressão e perseguição política.
Representatividade
Apesar do receio, Cáceres considera o retorno de Zelaya a Honduras "um fenômeno". "Nas zonas rurais e indígenas há uma mobilização impressionante desde ontem. Nesta sexta-feira, centenas de ônibus começaram a se organizar para participar do ato de boas-vindas ao ex-presidente", contou a dirigente do Copinh.
Alegría é ainda mais otimista e acredita que a volta de Zelaya irá "unificar o nosso povo e construir uma aliança política que nos conduza à conquista do poder político". Em entrevista à imprensa argentina, Alegría afirmou que a volta de Zelaya, ajudará a construir uma "grande coalizão para desafiar o poder político" e que o povo hondurenho está "muito alegre" por recebê-lo.
Brasil
Para acompanhar o retorno de Zelaya, Brasil enviará o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, como representante oficial. “Vou lá, simplesmente, acompanhar essa missão de funcionários latino-americanos e, com isso, celebrar o acordo que nós estamos lutando a tanto tempo”, afirmou Garcia na entrevista coletiva concedida pelos chanceleres Antonio Patriota, do Brasil, e Trinidad Jiménez, da Espanha, no Palácio do Itamaraty.
Para ele, o retorno de Zelaya e a reintegração de Honduras à OEA representam o reconhecimento do governo do presidente hondurenho, Porfirio Pepe Lobo. “Acho que em seguida [à chegada de Zelaya a Tegucigalpa], Honduras será reintegrada à OEA [referindo-se à assembleia em Washington]”, disse ele.
O ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya retornou neste sábado (28/05) a Honduras, onde era esperado por milhares de pessoas, informou a impresa local. Ele chegou de Manágua em um avião venezuelano CRJ 700, que aterrissou às 14h22 locais (17h22 de Brasília) na capital hondurenha, Tegucigalpa.
Zelaya beijou o chão ao sair da aeronave. Ele foi recebido por sua mãe, Hortênsia Rosales, seus filhos Héctor Manuel e José Manuel, e o ministro de Planejamento hondurenho, Arturo Corrales, um dos negociadores do acordo que permitiu seu retorno.
Em breves declarações a jornalistas, ele agradeceu pela gestão do acordo aos presidentes de Honduras, Porfirio Lobo, da Venezuela, Hugo Chávez, e da Colômbia, Juan Manuel Santos.
Antes de sair da Nicarágua, Zelaya disse em entrevista à Telesur, que seu retorno a Honduras é como "uma vitória" para a democracia da América Latina.
"Minha volta é resultado de um esforço que todos os países da América Latina fizeram. É uma vitória dos processos institucionais e democráticos", comemorou, antes de embarcar.
Zelaya chegou na noite de sexta-feira à Nicarágua vindo da República Dominicana, onde ficou nos últimos meses.
Seu regresso abre caminho para a reintegração do país à OEA (Organização dos Estados Americanos), órgão do qual foi suspenso em outubro de 2009, após o golpe de Estado que o depôs.
Mudanças políticas
A expectativa é de que ele encontre uma Honduras diferente da que deixou em janeiro do ano passado, a começar pelo cenário político. Após sua deposição, grande parte da base aliada de seu partido, o PL (Partido da Liberdade), deixou de apoiar Zelaya por considerá-lo muito radical e acusá-lo de abandonar a organização para dedicar-se apenas a FNRP (Frente Nacional de Resistência Popular), coalizão formada principalmente por simpatizantes de esquerda.
Leia mais:
Zelaya será recebido com festa por aliados e simpatizantes no retorno a Honduras
Honduras deve retornar à OEA em 1 de junho, diz ministra colombiana
Acordo define retorno de Zelaya e reinserção de Honduras à OEA
Garcia sinaliza que Brasil pode reconhecer governo de Honduras em breve
Insulza indica que pode readmitir Honduras na OEA após absolvição de Zelaya
Durante seu exílio, Zelaya provocou polêmica com os aliados liberais ao dizer que se considera um "liberal pró-socialista", o que foi considerado contraditório já que o PL, junto com o atual governante PN (Partido Nacional), é um dos dois grandes grupos conservadores que dominaram a política de Honduras.
Para o dirigente Edmundo Orellana, que foi seu ministro em três diferentes carteiras, em seu retorno Zelaya deve definir se militará pela FNPR ou pelo PL.
A FNPR, por sua vez, garante que Zelaya deixou o liberalismo e militará apenas para a frente. Para o subcoordenador da frente, John Baker, Zelaya chegou ao poder por meio de um "partido oligarca", mas agora, após o exílio, é a hora do ex-presidente atuar de uma forma mais próxima ao povo, por meio da FNPR.
Em declarações à imprensa hondurenha, Baker afirmou que para o sábado (28/05), os simpatizantes do ex-presidente prepararam carreatas e passeatas pelas principais ruas de Tegucigalpa. A FRNP, porém, proibiu bandeiras vermelhas e brancas, que representam o liberalismo, bem como as do partido esquerdista UD (Unificação Democrata).
Segundo o encarregado da FNRP para a recepção de Zelaya, Gilberto Ríos, a frente espera mobilizar um milhão de hondurenhos para a praça Isis Obed Murillo, localizada na zona sul do aeroporto internacional de Toncontín.
Nesta sexta-feira (27/05), trabalhadores, camponeses, indígenas, mulheres, políticos progressistas, e representantes de outros setores no país foram convocados pela FNRP para participar das manifestações pró-Zelaya.
Zelaya foi deposto por um golpe de Estado militar em 28 de junho de 2009 e se exilou na República Dominicana. A efetivação de seu retorno foi fruto de um longo diálogo com o atual governo, intermediado pela Colômbia e pela Venezuela, que também lideraram as negociações para a reincorporação de Honduras à OEA.
O ex-presidente, por sua vez, impôs como condição para seu regresso a anulação dos processos de corrupção que corriam contra ele, decisão que foi tomada no início de maio.
Direitos Humanos
Além da reintegração à OEA, a volta de Zelaya reabre a discussão sobre os direitos humanos em Honduras. Entretanto, a visão da dirigente do Copinh (Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras), Berta Cáceres, é pessimista. "O regresso de Manuel Zelaya não mudará a situação de direitos humanos em Honduras", disse em entrevista para a Radio del Sur.
Leia mais:
Presidente de Honduras defende reforma constitucional
Advogados de Zelaya pedem nulidade de processos contra o ex-presidente hondurenho
Procuradoria de Honduras concede anistia para Manuel Zelaya
Hondurenhos saem às ruas pedindo novo pacto social
Falta vontade política para resolver problemas de Honduras, diz ativista de direitos humanos
Para ela, a volta do ex-presidente se dá em um momento crítico da história do país, quando "a repressão, os ataques aos jovens, as ameaças contra o movimento campesino, a pressão das transnacionais e a militarização continuam e ganham força". "Estamos vivendo a calamidade da violência política e da impunidade", disse.
Cáceres acredita que a situação de direitos humanos em Honduras deve ser discutida internacionalmente e que a volta de Zelaya deveria servir como forma de impulsionar este debate.
A dirigente do Copinh denunciou ainda que os opositores a Zelaya estão tentando se articular para impedir que o povo se reúna em Tegucigalpa para recebê-lo e alertou que aceitar a reintegração de Honduras à OEA mediante o comando do atual presidente Porifio Lobo é "deixar um golpe de Estado impune e humilhar todo um país".
"Os golpistas são capazes inclusive de fazer um novo complô contra Manuel Zelaya. Estamos confiantes. Nosso chamado é para o povo hondurenho tomar cuidado porque não podemos nos aliar a uma política repressora. A segurança de Zelaya é outra coisa que nos preocupa", acrescentou.
Em entrevista à La Voz de las Madres de Argentina, o dirigente da FNRP, Rafael Alegría, concordou com Cáceres e classificou a situação dos direitos humanos em Honduras como "crítica". Segundo ele, mesmo após a criação do Comitê de Verificação por colombianos e venezuelanos para verificar possíveis violações, ainda há "muita repressão".
O dirigente ainda denunciou que camponeses continuam sendo assassinados e que cerca de 20 professores estão em greve de fome porque seus direitos trabalhistas não estão sendo respeitados. O atual governo de Porfirio Lobo, sucessor do ditador Roberto Micheletti, foi acusado, em reiteradas ocasiões, de repressão e perseguição política.
Representatividade
Apesar do receio, Cáceres considera o retorno de Zelaya a Honduras "um fenômeno". "Nas zonas rurais e indígenas há uma mobilização impressionante desde ontem. Nesta sexta-feira, centenas de ônibus começaram a se organizar para participar do ato de boas-vindas ao ex-presidente", contou a dirigente do Copinh.
Alegría é ainda mais otimista e acredita que a volta de Zelaya irá "unificar o nosso povo e construir uma aliança política que nos conduza à conquista do poder político". Em entrevista à imprensa argentina, Alegría afirmou que a volta de Zelaya, ajudará a construir uma "grande coalizão para desafiar o poder político" e que o povo hondurenho está "muito alegre" por recebê-lo.
Brasil
Para acompanhar o retorno de Zelaya, Brasil enviará o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, como representante oficial. “Vou lá, simplesmente, acompanhar essa missão de funcionários latino-americanos e, com isso, celebrar o acordo que nós estamos lutando a tanto tempo”, afirmou Garcia na entrevista coletiva concedida pelos chanceleres Antonio Patriota, do Brasil, e Trinidad Jiménez, da Espanha, no Palácio do Itamaraty.
Para ele, o retorno de Zelaya e a reintegração de Honduras à OEA representam o reconhecimento do governo do presidente hondurenho, Porfirio Pepe Lobo. “Acho que em seguida [à chegada de Zelaya a Tegucigalpa], Honduras será reintegrada à OEA [referindo-se à assembleia em Washington]”, disse ele.
sábado, 21 de maio de 2011
Catanhêde ressurge das cinzas
Cantanhêde atiça a “massa cheirosa”
Por Altamiro Borges
Eliane Cantanhêde, uma das principais colunistas da FSP (Folha Serra Presidente), sempre teve “laços afetivos” com o alto tucanato. Durante a chamada crise do “mensalão do PT”, em 2005/2006, ela foi uma das vozes mais estridentes contra o presidente Lula. Já na campanha eleitoral do ano passado, ela mostrou todo o seu entusiasmo militante com a candidatura de José Serra ao estrelar um vídeo, toda faceira, no qual elogiava a “massa cheirosa” do PSDB.
Confirmada a vitória de Dilma Rousseff, a “calunista” da Folha parecia que havia abandonado seu ativismo tucano. Até andou elogiando a presidenta, tentando colocar uma cunha entre ela, agora uma “estadista”, e o ex-presidente Lula, “o populista”. Mas a trégua durou pouco. Com o episódio envolvendo o ministro Antonio Palocci, que exige rigorosa apuração sobre o seu acelerado enriquecimento, Cantanhêde voltou à carga com o seu oposicionismo.
“Fim da lua de mel”
O alvo dos seus ataques não é nem Palocci, que continua sendo um homem de confiança do “deus-mercado” e dos barões da mídia. O alvo, sem meias palavras, é a própria presidenta Dilma Rousseff. Na sua coluna de ontem (18), ela não esconde sua paixão oposicionista. Já no título, ela é taxativa: “Fim da lua de mel”. Para ela, acabou-se a trégua – que tinha objetivos marotos - e é hora da oposição demotucana intensificar as críticas ao novo governo.
“Apesar de haver, sim, boa vontade com o início do governo e reconhecimento à discrição e à seriedade da nova presidente, ninguém pode ignorar que o aumento vertiginoso do patrimônio de Antonio Palocci é de deixar qualquer um tonto, principalmente a própria Dilma, já que ele é, nada mais nada menos, chefe da Casa Civil e o ministro mais importante do governo”, afirma Cantanhêde. Para ela, o episódio atinge todo o governo e não apenas o ministro!
Nova líder da oposição
Diante do escândalo, Cantanhêde só lamenta que os “dois principais nomes nacionais tucanos ficam, ora, ora, em cima do muro. José Serra, candidato derrotado por Dilma em 2010, minimizou o boom imobiliário de Palocci, meio na linha ‘deixem o homem trabalhar’. Aécio Neves, provável candidato contra Dilma (ou Lula) em 2014, pede ‘serenidade" em tom ostensivamente governista e diz que não entra em processos de ‘desestabilização do governo’… Cá pra nós, com uma oposição como essa, para que Dilma precisa de uma base aliada tão robusta?”
Deste jeito, Cantanhêde deixará de escrever suas colunas diárias na Folha e vai virar líder da oposição demotucana. Seu discurso inflamado visa exatamente animar e atiçar a “massa cheirosa” do PSDB e também do DEM e do PPS – partidos que andam meio caidinhos, com desfiliações massivas e violentas brigas internas.
Por Altamiro Borges
Eliane Cantanhêde, uma das principais colunistas da FSP (Folha Serra Presidente), sempre teve “laços afetivos” com o alto tucanato. Durante a chamada crise do “mensalão do PT”, em 2005/2006, ela foi uma das vozes mais estridentes contra o presidente Lula. Já na campanha eleitoral do ano passado, ela mostrou todo o seu entusiasmo militante com a candidatura de José Serra ao estrelar um vídeo, toda faceira, no qual elogiava a “massa cheirosa” do PSDB.
Confirmada a vitória de Dilma Rousseff, a “calunista” da Folha parecia que havia abandonado seu ativismo tucano. Até andou elogiando a presidenta, tentando colocar uma cunha entre ela, agora uma “estadista”, e o ex-presidente Lula, “o populista”. Mas a trégua durou pouco. Com o episódio envolvendo o ministro Antonio Palocci, que exige rigorosa apuração sobre o seu acelerado enriquecimento, Cantanhêde voltou à carga com o seu oposicionismo.
“Fim da lua de mel”
O alvo dos seus ataques não é nem Palocci, que continua sendo um homem de confiança do “deus-mercado” e dos barões da mídia. O alvo, sem meias palavras, é a própria presidenta Dilma Rousseff. Na sua coluna de ontem (18), ela não esconde sua paixão oposicionista. Já no título, ela é taxativa: “Fim da lua de mel”. Para ela, acabou-se a trégua – que tinha objetivos marotos - e é hora da oposição demotucana intensificar as críticas ao novo governo.
“Apesar de haver, sim, boa vontade com o início do governo e reconhecimento à discrição e à seriedade da nova presidente, ninguém pode ignorar que o aumento vertiginoso do patrimônio de Antonio Palocci é de deixar qualquer um tonto, principalmente a própria Dilma, já que ele é, nada mais nada menos, chefe da Casa Civil e o ministro mais importante do governo”, afirma Cantanhêde. Para ela, o episódio atinge todo o governo e não apenas o ministro!
Nova líder da oposição
Diante do escândalo, Cantanhêde só lamenta que os “dois principais nomes nacionais tucanos ficam, ora, ora, em cima do muro. José Serra, candidato derrotado por Dilma em 2010, minimizou o boom imobiliário de Palocci, meio na linha ‘deixem o homem trabalhar’. Aécio Neves, provável candidato contra Dilma (ou Lula) em 2014, pede ‘serenidade" em tom ostensivamente governista e diz que não entra em processos de ‘desestabilização do governo’… Cá pra nós, com uma oposição como essa, para que Dilma precisa de uma base aliada tão robusta?”
Deste jeito, Cantanhêde deixará de escrever suas colunas diárias na Folha e vai virar líder da oposição demotucana. Seu discurso inflamado visa exatamente animar e atiçar a “massa cheirosa” do PSDB e também do DEM e do PPS – partidos que andam meio caidinhos, com desfiliações massivas e violentas brigas internas.
sábado, 14 de maio de 2011
O churrasco dos excluídos
Como ex-morador de São Paulo, torço para que seja construida a Estação Higienópolis do Metro e se for aprovada a construção dessa Estação, apesar de ser vegetariano, eu participarei do "churrasco dos excluídos" de higienópolis e farei questão de levar a cerveja. Afinal, o que a massa cheirosa não quer é bom para o Brasil. O príncipe F.H.C e a princesa Eliane Catanhede representantes da massa cheirosa certamente estão uma fera com tudo isso.
Cidadania
Por favor, higienopolitanos, adiram ao churrasção
Moradores de Higienópolis que integram o grupo minoritário de cidadãos daquele bairro que não quer construção de uma estação de metrô na avenida Angélica andaram dizendo que, neste sábado, irão se refugiar em outros bairros. Pelo que se entende, parecem temer alguma coisa que certamente inexiste.
Antes de me preparar para ir até Higienópolis aderir ao movimento que se indignou com o poder exibido por 3.500 cidadãos (de um bairro em que residem 30 mil) ao conseguirem tirar de lá uma obra que interessa a toda São Paulo, quero deixar um recado a essas pessoas: fiquem e participem do ato.
Serei um dos primeiros a defender que lhes dêem voz para dizerem as vossas razões, mas terão que ouvir as nossas. Tenho certeza de que todos serão corteses e civilizados ao ponto de manterem com os senhores discussão em praça pública, como na Grécia antiga. Todos inebriados pela democracia.
O que pedimos, senhoras e senhores higienopolitanos, é que nos ouçam. Este blogueiro, por exemplo, estará entre os primeiros a defender até que falem antes de nós.
Estamos indo aí para dizer que alguns dos senhores estão enganados. E nem precisarei dizer as razões. Ministério Público e vários especialistas cogitam que a avenida Angélica possa ser o melhor local para a estação de metrô ser construída. Está na imprensa toda. Inclusive neste sábado. Basta procurarem.
A decisão do governador Geraldo Alckmin de ter anunciado a mudança do local da obra metroviária parece ter decorrido do abaixo-assinado da décima parte de vossa comunidade, senhores higienopolitanos. E quero crer que a grande maioria dos senhores não concorda com essa fração.
De qualquer forma, o que precisa ficar claro hoje é que cidadão nenhum, de nenhuma rua, de nenhum bairro, de nenhuma cidade, de nenhum estado do Brasil tem o direito de decidir pela maioria aquilo que afeta a todos. Dentro do regime democrático, o interesse que prevalece, pois, é o público.
Entendam, senhoras e senhores higienopolitanos, que uma obra de transporte público em uma cidade como São Paulo atinge a toda ela em cada lugar em que for ou não for feita.
O que se quer hoje é mostrar que, havendo possibilidade de ser um erro a nebulosa decisão do governo do Estado de não construir a estação de metrô na avenida Angélica, haverá que embargar tal decisão para discuti-la em fórum apropriado e com dados precisos, de forma pública e transparente.
Ninguém quer lhes cassar qualquer direito, senhoras e senhores higienopolitanos. Apenas não queremos que usurpem os nossos.
domingo, 8 de maio de 2011
A vidraça de Obama
Rambo V - Missão Osama |
A Globo não engoliu o espetáculo do assassinato de Osama e isso é bom sinal, pois os E.U.A com a ajuda da CNN ainda acham que têm hegemonia sobre tudo e até mesmo sobre a imprensa e a opinião pública mundial. A manchete em letras garrafais "Geração Obama vai da esperança à decepção" comprova que o PIG condena o terrorismo mas isso não quer dizer que esteja do lado de Obama.
Não sei se vai dar tampo Hollywood fazer um filme com o Brad Pitt encarnando o Rambo e sozinho invadindo a Paquistão com uma faca na boca, matando milhares de soldados paquistaneses com seu arco e flexas-bomba, capiturando e matando o Osama e voltando como heroi com o dircurso demagógico da paz, pois é provável que não haja público para assistí-lo.
A ONU mesmo em frangalhos está questionando o método americano em torno do assissinato de Osama e a Europa com medo, pois ela sabe que se os terroristas retaliarem os E.U.A eles devem passar pela Europa primeiro. Como se sabe, Inglaterra, França e Itália sempre foram fortes aliados dos E.U.A e agora na Líbia eles estão desempenhando mesmo que desorgazinados este papel e isso não está sendo bem visto pelo mundo árabe.
Clique aqui e acompanhem também o post da Agência Carta Maior sobre o assunto.
terça-feira, 3 de maio de 2011
Japão suspira aliviado: "Esqueceram de mim"
O Japão agradece a CNN pelo desvio dos holofotes de sua tragédia nuclear causados pelo Fator Osama. Agora seus holofotes já estavam aos poucos sendo cuidadosamente desviados para o Paquistão esperando o momento certo para autorizar a invasão americana áquele país e fazer a cobertura do assassinato de Osama Bin Laden.
Numa sala reservada em Washington o Obama, Hillary Clinton e a CIA acompanhavam as imagens em tempo real, onde algum dia quem sabe o resto do mundo poderá ver, da incursão pirotecnológica em torno do assassinato da líder da Al Qaeda.
Assim que se confirmou o intento, Obama tratou logo de divulgar em rede nacional que ele havia finalmente eliminado o Osama, resgatando assim a pecha de presidente dos sonhos dos americanos e com isso a possibilidade de ser automaticamente reeleito ao cargo, como tenho dito em posts anteriores.
Por aqui, pasmem, o PIG encontra-se dividido, pois é sabido que a Globo não morre de amores por Obama. Nas reportagens, o que se vê é muito mais possíveis retaliações dos terroristas como vingança pela morte de seu líder do que comemorações dos E.U.A. Pelo PIG, qualquer bombinha que estoure a partir de agora em qualquer lugar do mundo terá sido detonada pelos terroristas.
Mas o PIG não está sozinho; a Europa está tremendo, a China está muda, o mundo árabe dividido e o governo brasileiro se estrebuchando para evitar falar no assunto.
É isso o que vai se falar durante semanas ou até mesmo meses.
Numa sala reservada em Washington o Obama, Hillary Clinton e a CIA acompanhavam as imagens em tempo real, onde algum dia quem sabe o resto do mundo poderá ver, da incursão pirotecnológica em torno do assassinato da líder da Al Qaeda.
Assim que se confirmou o intento, Obama tratou logo de divulgar em rede nacional que ele havia finalmente eliminado o Osama, resgatando assim a pecha de presidente dos sonhos dos americanos e com isso a possibilidade de ser automaticamente reeleito ao cargo, como tenho dito em posts anteriores.
Por aqui, pasmem, o PIG encontra-se dividido, pois é sabido que a Globo não morre de amores por Obama. Nas reportagens, o que se vê é muito mais possíveis retaliações dos terroristas como vingança pela morte de seu líder do que comemorações dos E.U.A. Pelo PIG, qualquer bombinha que estoure a partir de agora em qualquer lugar do mundo terá sido detonada pelos terroristas.
Mas o PIG não está sozinho; a Europa está tremendo, a China está muda, o mundo árabe dividido e o governo brasileiro se estrebuchando para evitar falar no assunto.
É isso o que vai se falar durante semanas ou até mesmo meses.
domingo, 1 de maio de 2011
Aninha Zortea, a justiceira: “Não foi nada legal o que ele falou do Lula”
Viomundo
por Conceição Lemes
"Definitivamente, entrou para o lixo da história a carta aberta do ex-deputado José Carlos Aleluia à Universidade de Coimbra contra a concessão do título de doutor honoris causa ao ex-presidente Lula. Demonstração inequívoca de mesquinhez, dor-de-cotovelo, inveja. Preconceito de classe explícito.
Recebeu repúdio quase unânime dos leitores do Viomundo. Com certeza um dos posts mais comentados de 2011: 425 comentários. Entre eles, este:
Tudo isso dito por uma menina de 10 anos!? Como teria vindo parar no Viomundo?! Quem sugeriu?! O que estava fazendo por aqui?! Foram questões que me vieram à cabeça nos segundos em que li e aprovei o comentário de Ana Giulia Zortea. Eu e muitos leitores ficamos embasbacados. Babando, mesmo!
Acompanhavam o seu login duas informações apenas visíveis para nós: e-mail pessoal e o link de um blog chamado Meu Pai Morreu no Vôo 477, e Agora?!!?.
Imediatamente acessei. O blog é da própria Ana Giulia. Seu pai, Luigi Zortea, é uma das 228 vítimas do vôo AF 447, da Air France, que, em 31 de maio de 2009, caiu no oceano Atlântico quando fazia o trajeto Rio-Paris. Morava na Itália, era prefeito da cidade de Canal San Bovo.
Vi a carinha dela, li seu perfil, os textos publicados.
Mandei-lhe um e-mail, contando do nosso encantamento. Ainda brinquei: Tem certeza de que você tem 10 anos!? Não é um 1º de abril (a carta do Aleluia foi postada no dia 31 de março)!?
A resposta, toda carinhosa, veio bem-humorada: Pelo menos até maio terei 10 anos (rsrs). Ela faz aniversário no dia 4 de maio.
Contei que gostaria de entrevistá-la, mas que precisaria conversar antes com a mãe, para pedir autorização. Preveni que, por cautela, mostraria a matéria antes de publicar. O que fiz hoje antes de postar esta reportagem. Ângela, gentilíssima, consentiu. Atualmente, depois de trocar alguns e-mails com Angela, acho que Ana Giulia puxou muito à mãe: firme, corajosa, rápida no raciocínio.
“Que nada! A minha menininha se parece mais com o pai. Adora política como ele”, desconversa Ângela. “A minha mãe [dona Avelina] chama-a de ‘a justiceira’.”
Sem papas na língua, dá uma alegria imensa conversar com a Aninha (é como amigas, amigos, familiares mais a chamam). Figuraça. Por isso, sugiro que ouçam o áudio dos quatro blocos em que dividi a nossa entrevista. No final, vão entender por quê.
Para começar, Ana Giulia por Ana Guilia (“uma menina como todas as outras…”), como ela veio parar no Viomundo ( “minha amiga do Facebook, me mandou o link do site, eu entrei no site”) e o descompostura em Aleluia por conta da famigerada carta aberta (“não foi nada legal o que ele falou sobre o Lula…”).
Luigi Zortea é um dos 178 corpos ainda não resgatados do mar. Ele morreu poucos dias depois de Ana Giulia completar 9 anos. Tem um irmão, o Gustavo, de 18 anos, que “até hoje não consegue acreditar no que aconteceu”.
A dor da perda levou-a a criar, este ano, o seu blog ( “foi um pouco para denunciar o pouco caso com que a empresa Air France trata as famílias”). Está muito indignada com comportamento da companhia aérea quanto ao resgate dor corpos (“…se não iriam resgatar, não tinham como, que não avisassem para que não ficássemos nenhum pouco mais tristes…”) .
Ana Giulia mora na Zona Sul do Rio de Janeiro. Além de inteligente, linda, graciosa, é preocupada com questões sociais. “Quando vou pra escola, eu vejo na rua aquelas pessoas dormindo em papelão, fico muito triste…Eu saindo da minha cama quentinha, e elas ali no chão!!!”, me disse num dos meus telefonemas.
Na nossa entrevista, ela explica: “Eu já era uma criança que se preocupava com o mundo, com tudo o que acontecia, mas depois do acidente eu comecei a me preocupar mais ainda… é como se eu tivesse crescido, virado adulta no momento do acidente”.
Ana Giulia é flamengista roxa. Adora nadar (“é o que eu mais gosto de fazer”). Começou com 4 anos, por vontade própria, ao acompanhar o irmão, que fazia natação devido à asma. Entusiasmada, pediu à mãe para praticar também. Hoje é a campeã sul-brasileira nos nados 50 peito, 50 costas, 100 e 200 medley pela Confederação Aquática Catarinense, onde nadava pelo colégio Marista até vir este ano para o Rio de Janeiro. Atualmente, nada pelo Flamengo, claro!
Adora ainda ler (“…é para a gente se manifestar também…”) e escrever (“…quando eu leio, eu fico muito feliz, porque aprendo palavras novas, e com essas palavras eu aprendo a viver um pouco mais…”).
Para encerrar a nossa entrevista, propus à Ana Giulia que enviasse recados a quem quisesse.
O primeiro, evidentemente, foi para o Alelulia ( “…ele não teria direito de falar qualquer coisa do presidente [Lula], que representou o nosso país, pagou as dívidas que o Brasil estava devendo para outros países”…).
Ana Giulia defende o Bolsa Família e é fã, mesmo, do ex-presidente. “Se tivesse 16 anos e Lula se candidatasse, de novo, a presidente da República, com certeza, votaria nele”, confidenciou-me em outra conversa por telefone.
O segundo recado foi a Air France. O terceiro, para os leitores do Viomundo: “Eu continuei acessando o site, porque a informação é verdadeira e limpa”.
Bem-vinda, querida Aninha. É um privilégio tê-la como leitora. Obrigadíssima por existir e ser tão crítica. Aprendi muito. BEIJÃO, como você costuma me escrever nos seus e-mails".
por Conceição Lemes
"Definitivamente, entrou para o lixo da história a carta aberta do ex-deputado José Carlos Aleluia à Universidade de Coimbra contra a concessão do título de doutor honoris causa ao ex-presidente Lula. Demonstração inequívoca de mesquinhez, dor-de-cotovelo, inveja. Preconceito de classe explícito.
Recebeu repúdio quase unânime dos leitores do Viomundo. Com certeza um dos posts mais comentados de 2011: 425 comentários. Entre eles, este:
Tudo isso dito por uma menina de 10 anos!? Como teria vindo parar no Viomundo?! Quem sugeriu?! O que estava fazendo por aqui?! Foram questões que me vieram à cabeça nos segundos em que li e aprovei o comentário de Ana Giulia Zortea. Eu e muitos leitores ficamos embasbacados. Babando, mesmo!
Acompanhavam o seu login duas informações apenas visíveis para nós: e-mail pessoal e o link de um blog chamado Meu Pai Morreu no Vôo 477, e Agora?!!?.
Imediatamente acessei. O blog é da própria Ana Giulia. Seu pai, Luigi Zortea, é uma das 228 vítimas do vôo AF 447, da Air France, que, em 31 de maio de 2009, caiu no oceano Atlântico quando fazia o trajeto Rio-Paris. Morava na Itália, era prefeito da cidade de Canal San Bovo.
Vi a carinha dela, li seu perfil, os textos publicados.
Mandei-lhe um e-mail, contando do nosso encantamento. Ainda brinquei: Tem certeza de que você tem 10 anos!? Não é um 1º de abril (a carta do Aleluia foi postada no dia 31 de março)!?
A resposta, toda carinhosa, veio bem-humorada: Pelo menos até maio terei 10 anos (rsrs). Ela faz aniversário no dia 4 de maio.
Contei que gostaria de entrevistá-la, mas que precisaria conversar antes com a mãe, para pedir autorização. Preveni que, por cautela, mostraria a matéria antes de publicar. O que fiz hoje antes de postar esta reportagem. Ângela, gentilíssima, consentiu. Atualmente, depois de trocar alguns e-mails com Angela, acho que Ana Giulia puxou muito à mãe: firme, corajosa, rápida no raciocínio.
“Que nada! A minha menininha se parece mais com o pai. Adora política como ele”, desconversa Ângela. “A minha mãe [dona Avelina] chama-a de ‘a justiceira’.”
Sem papas na língua, dá uma alegria imensa conversar com a Aninha (é como amigas, amigos, familiares mais a chamam). Figuraça. Por isso, sugiro que ouçam o áudio dos quatro blocos em que dividi a nossa entrevista. No final, vão entender por quê.
Para começar, Ana Giulia por Ana Guilia (“uma menina como todas as outras…”), como ela veio parar no Viomundo ( “minha amiga do Facebook, me mandou o link do site, eu entrei no site”) e o descompostura em Aleluia por conta da famigerada carta aberta (“não foi nada legal o que ele falou sobre o Lula…”).
Luigi Zortea é um dos 178 corpos ainda não resgatados do mar. Ele morreu poucos dias depois de Ana Giulia completar 9 anos. Tem um irmão, o Gustavo, de 18 anos, que “até hoje não consegue acreditar no que aconteceu”.
A dor da perda levou-a a criar, este ano, o seu blog ( “foi um pouco para denunciar o pouco caso com que a empresa Air France trata as famílias”). Está muito indignada com comportamento da companhia aérea quanto ao resgate dor corpos (“…se não iriam resgatar, não tinham como, que não avisassem para que não ficássemos nenhum pouco mais tristes…”) .
Ana Giulia mora na Zona Sul do Rio de Janeiro. Além de inteligente, linda, graciosa, é preocupada com questões sociais. “Quando vou pra escola, eu vejo na rua aquelas pessoas dormindo em papelão, fico muito triste…Eu saindo da minha cama quentinha, e elas ali no chão!!!”, me disse num dos meus telefonemas.
Na nossa entrevista, ela explica: “Eu já era uma criança que se preocupava com o mundo, com tudo o que acontecia, mas depois do acidente eu comecei a me preocupar mais ainda… é como se eu tivesse crescido, virado adulta no momento do acidente”.
Ana Giulia é flamengista roxa. Adora nadar (“é o que eu mais gosto de fazer”). Começou com 4 anos, por vontade própria, ao acompanhar o irmão, que fazia natação devido à asma. Entusiasmada, pediu à mãe para praticar também. Hoje é a campeã sul-brasileira nos nados 50 peito, 50 costas, 100 e 200 medley pela Confederação Aquática Catarinense, onde nadava pelo colégio Marista até vir este ano para o Rio de Janeiro. Atualmente, nada pelo Flamengo, claro!
Adora ainda ler (“…é para a gente se manifestar também…”) e escrever (“…quando eu leio, eu fico muito feliz, porque aprendo palavras novas, e com essas palavras eu aprendo a viver um pouco mais…”).
Para encerrar a nossa entrevista, propus à Ana Giulia que enviasse recados a quem quisesse.
O primeiro, evidentemente, foi para o Alelulia ( “…ele não teria direito de falar qualquer coisa do presidente [Lula], que representou o nosso país, pagou as dívidas que o Brasil estava devendo para outros países”…).
Ana Giulia defende o Bolsa Família e é fã, mesmo, do ex-presidente. “Se tivesse 16 anos e Lula se candidatasse, de novo, a presidente da República, com certeza, votaria nele”, confidenciou-me em outra conversa por telefone.
O segundo recado foi a Air France. O terceiro, para os leitores do Viomundo: “Eu continuei acessando o site, porque a informação é verdadeira e limpa”.
Bem-vinda, querida Aninha. É um privilégio tê-la como leitora. Obrigadíssima por existir e ser tão crítica. Aprendi muito. BEIJÃO, como você costuma me escrever nos seus e-mails".
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