domingo, 19 de setembro de 2010

Aécio, a bala de prata, dá uma ajudinha à Dilma

É certo que a Dilma não precisava, mas toda ajuda é bem vinda. Depois que o Serra colocou imagens do Lula na sua campanha dizendo-se amigo do Lula e agora essa do Aécio de fundar um novo partido, não há campanha que aguente. O PSDB sangra que nem o PIG, com o Aécio saindo, só fica o Serra para apagar a luz, porque ninguém vai querer sair em foto junto com ele.
O Aécio pode ter perdido do Serra nas prévias, mas soube dar a volta por cima:  disparou uma bala de prata no coração do PSDB, vai fundar um novo partido de oposição moderada e será candidato a presidente em 2014.

Blog do Sidney

O perigoso risco de isolamento de São Paulo

Sidney Rezende | Sidney Rezende | 19/09/2010 02h07
Os paulistas que até hoje não se conformam com a derrota na revolução constitucionalista de 1932 precisam se preparar para o que vem por aí caso José Serra não seja eleito presidente.
Chamo a atenção daqueles que sugerem que todos os nordestinos são iguais: "baianos". Aos que pensam que sociedade "civilizada" é só a de São Paulo.
Se a derrota tucana para a presidência realmente acontecer, como indicam as pesquisas de opinião, a reconstrução de rumo será um problemão. O futuro é incerto para os atuais caciques.
A liderança de São Paulo não tem nenhuma sintonia com o que está acontecendo com o Brasil e o mundo. Os jovens não se sentem representados por ela. E eles estão certos.
O ex-presidente Fernando Henrique tem influência limitada, apesar de parte da mídia acreditar no contrário. É um pensador, mas não é um líder de chegada. Um homem de decisão nas horas incertas.
O PSDB não deixou-se renovar. E pagará caro por isso. José Serra não conseguirá uma terceira chance para concorrer ao Planalto. Nem mesmo a idade biológica permitirá. Ele se transformará em um político local. Isolado.
É imensa a possibilidade do virtual senador Aécio Neves transformar-se no grande concorrente daqui a quatro anos. E ele não poderá estar apoiado no alicerce paulista de hoje. Aécio foi traído.
O problema para São Paulo é se Aécio Neves resolver montar seu jogo num outro partido, diferente do PSDB, como adiantou o jornalista Maurício Dias na edição de "Carta Capital" que está nas bancas. Tancredo fez isso.
Se Aécio sair do PSDB, com quem a política de São Paulo vai poder contar? Geraldo Alckmin não tem voo próprio, apesar de ser razoavelmente conhecido nacionalmente. Os paulistas poderão contar com Lula?
O caminho que resta aos paulistas é descer do salto, enterrar o sonho de 32, e ouvir mais "a voz rouca das ruas". Franco Montoro e Mario Covas conseguiram fazer isso.
E, finalmente, reconhecer que a estratégia para 2010 foi um fiasco.

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