domingo, 24 de janeiro de 2010

O bombeiro e o anel

Bodega

Calúnia, difamação e injúria.

Um grande amigo meu, já falecido, morava numa mansão no Lago Sul, uma das regiões mais nobres de Brasília.


Além de amigo era meu compadre, e, apesar de ser um próspero cirurgião dentista, muito requisitado pelas Embaixadas, tinha um caráter humano muito justo e honesto, coisa rara de se ver nas pessoas que ostentam riquezas. Vou chamá-lo de Roberto e sua esposa de Vânia para preservá-los. Preservar o nome das pessoas é algo dignificante [...]

Certo dia sua esposa Vânia ligou para um bombeiro para concertar o vazamento de um cano em seu banheiro. O banheiro ficava no quarto do casal.

Quando o bombeiro terminou o serviço, muito elogiado por não ter quebrado os azulejos e por manter o banheiro limpo, como sempre, recebeu a paga por seus préstimos e foi embora.

Era conhecido da família, e qualquer problema dessa natureza era o mais solicitado, pela confiança, rapidez e seriedade no que fazia.

Meia hora depois de o bombeiro ter ido embora, ouviu-se um grito de dentro do banheiro. Era a mulher de Roberto, reclamando o sumiço do seu anel de estimação, uma jóia preciosa que recebera de presente de casamento, e que deveria custar uma pequena fortuna. Era um chuveiro de diamantes.

Só pode ter sido ele - dizia a mulher indignada - foi o único que entrou aqui.

O amigo, mais comedido, dizia: calma, não podemos julgar as pessoas sem provas, tem certeza que deixou aqui? – Tenho, respondia a mulher cada vez mais furiosa.

Nisso chega uma visita, uma amiga da mulher, que começa a por lenha na fogueira – são os famosos “ateadores de fogo”.

Foi ele, foi ele, foi ele, diziam as mulheres sem parar, enquanto o amigo procurava a joia em outros cômodos da casa. Não vamos julgar sem ter provas, sem lhe dar o direito à defesa – enfatizava Roberto. Tem certeza que o deixou no banheiro? Perguntou mais uma vez – Tenho sim, tirei-o para lavar as mãos, respondeu a mulher.

Bom, vou até a casa dele e, se ele negar vou chamar uns amigos que tenho na polícia – disse o amigo.

Ora, ele já havia encontrado o anel dentro da gaveta do criado-mudo, embaixo de uns papeis, e o colocou propositadamente num lugar fácil de ser encontrado.

A mulher encontrou o anel minutos após Roberto ter saído, e tentou varias vezes falar com ele pelo celular, mas o marido, disposto a dar-lhe uma lição, o desligou.

Pouco tempo depois ele chega, todo esbaforido dizendo: a polícia foi lá, e tentamos de todas as formas faze-lo confessar onde havia escondido o produto do roubo, e mesmo apanhando muito não confessou o crime, está lá na delegacia todo quebrado.

Nisso, a pobre e incauta mulher desmaia.

Ao acordar, Roberto lhe contou a verdade. Uma lição.

Um comentário:

emerson mansano disse...

Olá Geurgetown!

Nossa, mas que história mais triste...

Isto serve para nos despirmos e todo e qqr preconceito... Já me aconteceu algo parecido e serviu-me de lição pra nunca mais falhar dessa forma. Não cheguei ás vias de fato (polícia), mas cortei relações com a pessoa.

Depois que soube da verdade levei uns anos para me perdoar... Temos, repito, de nos despir desse preconceito estapafúrdio...

Obrigada pela visita e pelo lindo recado.

Apesar do meu blog ser mais dedicado ao universo feminino, apareça sempre que puder.

Por lá, que só tem mulherices, a visão masculina de alguns assuntos é sempre bem vinda....

Já estou te seguindo!

Beijooo

Silvana
Blog Interior Adentro