sábado, 21 de fevereiro de 2009

A tresloucada epopéia de Serra

O recente índice de popularidade do Lula e também a crise, parecem estar fazendo um verdadeiro estrago na tresloucada epopéia de Serra para a presidência. Com o PIG ainda na mão, às vezes parece querer escorregar-lhe, ele a todo momento tem que mudar, inventar, tripudiar, imitar, pegar carona, etc. em suas táticas. Veja o texto abaixo do site do Luiz Nassif.

A perda de rumo de Serra

Por weden

Pois é Nassif,

A Folha e a Veja vão jogando Serra numa sinuca.

Vamos chamar isso de “A opção mercadológica de Serra”

Vislumbro problemas muito sérios para José Serra se ele insistir em se apoiar neste jornalismo de alcova. E, para falar a verdade, nem sei se há mais retorno. Esta iniciativa ventríloqua de usar Jarbas Vasconcelos, o amigo de Orestes Quércia, para fazer a já tão saturada campanha moralista mostra a grande desorientação em que se encontra José Serra neste momento.

Definitivamente a revista Veja e Folha de São Paulo não são boas companhias para ele. Mas parece que ele, Serra, não percebeu o risco que corre.A desenvoltura com que Lula assumiu sozinho as bandeiras das esquerdas, e ainda de lambuja conduziu o país sob uma perspectiva liberal, na economia, deixou a oposição em maus lençóis.

Ela não é reconhecida sequer como algo a ser levado a sério pelo espectro de esquerda. Pergunte a um esquerdista se ele gosta de Lula e ele poderá até fazer duras críticas ao presidente petista. Mas pergunte depois se ele compactua com os oposicionistas e ele o responderá mal e ofendido.

Mas estamos falando de uma oposição pouco hábil, moralista, preconceituosa, com um histórico ruim.

Esperava-se de José Serra que fosse um político um pouco mais habilidoso. Sobressaísse entre os seus pares.

Alguém que pudesse ir gradativamente sinalizando um diálogo com as esquerdas – o que não o impediria, evidentemente, de ser o candidato das direitas (o plural é o reconhecimento da heterogeneidade das abas ideológicas).

Mas não. Serra teme perder o apoio de um lado, se avançar o sinal. Está refém do que existe de mais reacionário no país. Em vez de transitar entre as faixas progressistas das duas “asas” ideológicas, prefere apoiar lançamentos de livros de neocons, fazer política de alcova com o suporte da Folha e da Veja, destruir seus últimos laços com todo o progressivismo do país.

Eis a sinuca: Aécio já percebeu a estupidez do governador paulista. È nesta zona cinza entre Dilma e Serra, que ele está buscando o seu nicho.

Conseguiu praticamente a garantia de realização das prévias (negar a ele este direito seria jogar Minas inteira contra Serra) e agora como um amigo-urso convida o correligionário a andar pelo país. Serra não pode dizer que sim. Nem pode dizer que não.

Não pode negar, porque isto mostraria arrogância ou temor – qualidades absolutamente negativas em alguém que quer ser presidente. Não pode dizer que sim, porque simplesmente assumiria, ironicamente, o papel de cabo eleitoral de Aécio (o governador mineiro pegaria caronas na projeção midiática da caravana serrista).

Mas o maior risco de Serra está justamente naquilo que ele tem de maior: o apoio funesto das tendências neocons da Folha e da Veja. Estes dois veículos vivem reverberando teses reacionárias (o “Caso Ditabranda” foi a última estripulia folhesca). Ao mesmo tempo em que são identificados pelo público como serristas.

Daqui para frente, Aécio se mostrará um candidato mais à esquerda; não tanto quanto Dilma, evidentemente, mas será percebido como um candidato que nunca desdenhou do eleitor lulista – como o fizeram a Veja e a Folha - e nem abriu um hiato insuperável com aquela banda ideológica – como fazem diariamente a Folha e a Veja.

Serra fez muito mal em se apoiar em Veja e Folha – elas encontraram razões estúpidas, mas mercadológicas, no que fizeram: a opção pela murdoquização de um lado, a perda de leitores críticos para a web do outro.

Mas Serra não deveria ter caído nesta. Nem está sabendo jogar policamente - não me venham com objeções baseadas em pesquisas: isso se consome como algodão doce ao vento.

Mal assessorado, teimoso ou simplesmente medroso, ele não poderia ter feito (nem continuar fazendo) opções estritamente mercadológicas – quanto mais, estúpidas.

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