Oh céus, oh vida...
Merval lamenta que nome da mudança seja Lula
"O problema maior está mesmo com Dilma Rousseff, que terá de lidar com o aumento da campanha pela volta de Lula dentro do PT", diz o colunista Merval Pereira, após pesquisa Datafolha apontar o ex-presidente Lula como uma pessoa mais apta a realizar mudanças do que os candidatos oposicionistasQual mudança? - MERVAL PEREIRA
O problema
tanto para Dilma quanto para os candidatos oposicionistas Aécio Neves,
do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB, é que, no momento, por paradoxal que
pareça, o símbolo da mudança por que tanto anseiam os brasileiros é o
ex-presidente Lula, que aparece em dois dos cenários da pesquisa
Datafolha como o grande vencedor, com variação de apoio entre 48% a 52%,
mesmo caindo quatro pontos nos dois cenários. Lula, com 19%, é também o
candidato com menor índice de rejeição, enquanto Dilma, Aécio e Campos
estão, todos, na mesma faixa de 33%.
O problema específico de Eduardo Campos é que a senadora Marina Silva, às vésperas de ser anunciada como sua vice, surge novamente como a única capaz de levar, a esta altura, a disputa para o segundo turno, com 27% da preferência do eleitorado.
A presidente Dilma está perdendo a eleição, por enquanto, para si mesma. A possibilidade de vencer no primeiro turno, ainda mantida, está se reduzindo: a diferença para o conjunto de seus adversários, que na pesquisa anterior do Datafolha estava em 14 pontos, hoje caiu para 6 pontos, sem que os adversários tenham crescido consistentemente.
O candidato do PSDB, Aécio Neves, ficou parado, Eduardo Campos, do PSB, cresceu apenas um ponto, e o conjunto dos candidatos nanicos subiu um ponto. Se por um lado a tendência de estagnação dos candidatos mais fortes mostra que o eleitorado ainda não encontrou neles a alternativa que busca para substituir Dilma, por outro a pesquisa Datafolha confirma uma tendência de queda na popularidade da presidente Dilma e na avaliação de seu governo, que é perigosa a seis meses da eleição, sem que haja notícia boa para a presidente no horizonte.
Ao contrário, Dilma tem uma série de problemas pela frente, desde a aceleração da inflação, já percebida pela população, à possibilidade de racionamento de energia, até questões imprevisíveis como as manifestações na Copa do Mundo. A expectativa negativa em relação à inflação cresceu 20 pontos percentuais em 12 meses, sendo que hoje 65% dos consultados acham que a inflação vai aumentar.
A sensação de insatisfação é revelada em uma série impressionante de indicadores, como já acontecera na pesquisa anterior do Ibope, que mostrou queda no nível de avaliação do governo em todas as áreas pesquisadas, da Saúde à Segurança Pública, atingindo até mesmo o emprego, que no momento tem um nível oficial positivo recorde.
Na pesquisa do Datafolha, o medo do desemprego também subiu 14 pontos. Nada menos que 72% querem que o próximo presidente atue de maneira diferente de Dilma, e a frustração com sua administração está refletida no índice de 63% dos brasileiros que dizem que Dilma faz, pelo país, menos do que eles esperavam, aumentando em cerca de 80% o índice de um ano atrás.
O resultado, de certa maneira, representa um alívio para o candidato tucano Aécio Neves, que temia que, tendo a pesquisa sido feita durante o período em que estava na televisão a propaganda eleitoral do PSB de Eduardo Campos, o ex-governador de Pernambuco pudesse abrir uma vantagem.
Como isso não aconteceu, e Aécio permaneceu no mesmo patamar da última pesquisa, o tucano continua sendo o adversário mais próximo de Dilma, embora seja também, até agora, o candidato tucano com menor índice nas pesquisas de opinião no mês de abril anterior às eleições. A propaganda oficial do PSDB começa nesta segunda-feira, e o partido espera alavancar sua candidatura com o programa nacional na televisão.
Eduardo Campos continua sendo o menos conhecido dos candidatos, o que faz com que permaneça no horizonte a esperança de melhorar de posição à medida do desenvolvimento da campanha.
O problema maior está mesmo com Dilma Rousseff, que terá de lidar com o aumento da campanha pela volta de Lula dentro do PT.
O problema específico de Eduardo Campos é que a senadora Marina Silva, às vésperas de ser anunciada como sua vice, surge novamente como a única capaz de levar, a esta altura, a disputa para o segundo turno, com 27% da preferência do eleitorado.
A presidente Dilma está perdendo a eleição, por enquanto, para si mesma. A possibilidade de vencer no primeiro turno, ainda mantida, está se reduzindo: a diferença para o conjunto de seus adversários, que na pesquisa anterior do Datafolha estava em 14 pontos, hoje caiu para 6 pontos, sem que os adversários tenham crescido consistentemente.
O candidato do PSDB, Aécio Neves, ficou parado, Eduardo Campos, do PSB, cresceu apenas um ponto, e o conjunto dos candidatos nanicos subiu um ponto. Se por um lado a tendência de estagnação dos candidatos mais fortes mostra que o eleitorado ainda não encontrou neles a alternativa que busca para substituir Dilma, por outro a pesquisa Datafolha confirma uma tendência de queda na popularidade da presidente Dilma e na avaliação de seu governo, que é perigosa a seis meses da eleição, sem que haja notícia boa para a presidente no horizonte.
Ao contrário, Dilma tem uma série de problemas pela frente, desde a aceleração da inflação, já percebida pela população, à possibilidade de racionamento de energia, até questões imprevisíveis como as manifestações na Copa do Mundo. A expectativa negativa em relação à inflação cresceu 20 pontos percentuais em 12 meses, sendo que hoje 65% dos consultados acham que a inflação vai aumentar.
A sensação de insatisfação é revelada em uma série impressionante de indicadores, como já acontecera na pesquisa anterior do Ibope, que mostrou queda no nível de avaliação do governo em todas as áreas pesquisadas, da Saúde à Segurança Pública, atingindo até mesmo o emprego, que no momento tem um nível oficial positivo recorde.
Na pesquisa do Datafolha, o medo do desemprego também subiu 14 pontos. Nada menos que 72% querem que o próximo presidente atue de maneira diferente de Dilma, e a frustração com sua administração está refletida no índice de 63% dos brasileiros que dizem que Dilma faz, pelo país, menos do que eles esperavam, aumentando em cerca de 80% o índice de um ano atrás.
O resultado, de certa maneira, representa um alívio para o candidato tucano Aécio Neves, que temia que, tendo a pesquisa sido feita durante o período em que estava na televisão a propaganda eleitoral do PSB de Eduardo Campos, o ex-governador de Pernambuco pudesse abrir uma vantagem.
Como isso não aconteceu, e Aécio permaneceu no mesmo patamar da última pesquisa, o tucano continua sendo o adversário mais próximo de Dilma, embora seja também, até agora, o candidato tucano com menor índice nas pesquisas de opinião no mês de abril anterior às eleições. A propaganda oficial do PSDB começa nesta segunda-feira, e o partido espera alavancar sua candidatura com o programa nacional na televisão.
Eduardo Campos continua sendo o menos conhecido dos candidatos, o que faz com que permaneça no horizonte a esperança de melhorar de posição à medida do desenvolvimento da campanha.
O problema maior está mesmo com Dilma Rousseff, que terá de lidar com o aumento da campanha pela volta de Lula dentro do PT.
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