sábado, 25 de junho de 2011

O Consenso de Brasília (O Lulismo): um modelo que não é fácil copiar

Diário de São Paulo, através do blog Quem tem medo do Lula

Foi uma peregrinação política que não surpreendeu ninguém.

Poucos dias depois de ser eleito presidente do Peru, Ollanta Humala viajou ao Brasil para aprender mais a respeito do sucesso do país na última década, e também para visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que inspirou o próprio Humala em sua trajetória da esquerda radical para o centro do espectro político.

A vitória eleitoral de Humala foi mais um sinal da propagação internacional da receita adotada por Lula, que mistura políticas de mercado e programas sociais para os pobres, e que é vista como responsável por transformar o Brasil em uma potência econômica. É o chamado Consenso de Brasília, ou simplesmente lulismo.

O ex-sindicalista estabeleceu uma invejável fórmula eleitoral ao conseguir impressionantes avanços no combate à pobreza durante seus oito anos no poder, mas sem desagradar os banqueiros de Wall Street, e elevando o Brasil e seu grande mercado à mesma estatura de potências emergentes como China e Índia.

Em 2009, o esquerdista Mauricio Funes conquistou a presidência de El Salvador à frente de um partido formado por ex-guerrilheiros marxistas, ao convencer suficientes eleitores de classe média de que ele se inspirava mais em Lula do que no venezuelano Hugo Chávez.

Na América do Sul, vários líderes trilharam o caminho do lulismo. O caso mais notável é o de José "Pepe" Mujica, ex-guerrilheiro eleito em 2009 para a presidência do Uruguai.

O paraguaio Fernando Lugo também se esquivou de copiar políticas esquerdistas mais radicais desde sua eleição, em 2008.

Hoje em dia, citar Lula como modelo é uma manobra política inteligente para qualquer candidato esquerdista latino-americano desejoso de afastar uma imagem de radical junto ao eleitorado.

"O Brasil é a estrela guia, a referência para muitos governos como um exemplo de sucesso", disse Michael Shifter, presidente da entidade Diálogo Interamericano, de Washington.

"Há vastas diferenças entre o Brasil e outros países latino-americanos, mas parece haver uma fórmula, um consenso que tem produzido resultados reais."

FALAR É FÁCIL

Mas copiar a fórmula lulista pode ser mais fácil na teoria do que na prática -- algo que Humala talvez perceba nos próximos meses.

Os dois mandatos de Lula -- que terminaram em 1o de janeiro, com a posse de sua apadrinhada Dilma Rousseff -- foram construídos com base em uma longa transição do PT até o centro do espectro político, de um "boom" no preço global das commodities e do carisma pessoal do próprio Lula.

Já a adesão de Humala às políticas de centro-esquerda é bem posterior, e seu partido não tem a mesma força institucional do PT. O Peru, que vem de governos anteriores de centro-direita, alinhados com países como Chile, Colômbia e México, tem um orçamento público pequeno, o que limita sua capacidade de ajudar populações carentes em áreas pobres e/ou rurais.

"Qualquer emulação enfrentará sérias limitações", disse Matias Spektor, professor de relações internacionais da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro.

"Isto posto, o que Humala parece estar fazendo é perceber que há uma mensagem para os partidos progressistas na região, de que você precisa de estabilidade financeira com algum grau de redistribuição (de renda). Não se trata de as pessoas irem às ruas combaterem a velha elite, trata-se de uma redistribuição em níveis mínimos."

O próprio Lula saudou a vitória de Humala como um passo adiante para a esquerda progressista na América Latina, na qual ele incluiu o socialista Chávez e seus principais discípulos -- o boliviano Evo Morales e o equatoriano Rafael Correa.

LULA OU CHÁVEZ?

Mas há uma clara e tradicional divisão entre o chavismo, com seu estilo radical e de embate frontal contra os EUA, e o lulismo, mais moderado. E ultimamente este vem se sobrepondo àquele.

Nos países chavistas, a economia tem enfrentado dificuldades. A Venezuela tem sido incapaz de domar sua inflação na casa dos dois dígitos anuais, e seu crescimento econômico é oscilante. O setor privado encolheu, empresas nacionalizadas apresentam mau desempenho, e há frequente escassez de produtos básicos.

Chávez também vem perdendo o apoio entre cidadãos comuns da América Latina nos últimos anos por causa de políticas agressivas, como ao ameaçar o controle dos meios de comunicação, segundo Yehude Simon, um ex-esquerdista que atuou como primeiro-ministro no governo do conservador Alan García, atual presidente do Peru.

"O Chávez de 2006 não é nada em comparação ao Chávez de 2011. Ele cometeu uma série de erros", disse ele. "Chávez pode ser muito amistoso e charmoso, mas às vezes é muito autoritário."

No Peru, Humala aproveitou-se repetidamente de táticas eleitorais de Lula, chegando inclusive a contratar dois experientes quadros do PT - Luis Favre e Valdemir Garreta - para ajudar no comando da sua campanha.

Eles aconselharam Humala -- derrotado por uma estreita margem na eleição de 2006, quando apresentou uma plataforma ultranacionalista que assustou investidores -- a apresentar uma "carta ao povo peruano" em que se comprometia a combater a inflação e manter o equilíbrio fiscal.

Foi a mesma coisa que Lula fizera em 2002 na sua "Carta ao Povo Brasileiro", um marco na sua conversão da esquerda radical para o centro político, após três derrotas sucessivas na disputa para o Planalto.

Humala também se propõe a copiar outro pilar do lulismo, as políticas de distribuição de renda que, no Brasil, ajudaram a tirar milhões de pessoas da pobreza e a criar uma vibrante classe média.

INFLUÊNCIA CHINESA

O futuro presidente peruano propôs taxar os lucros das grandes mineradoras para financiar um fundo que ajude os peruanos pobres, que são um terço da população. Críticos dizem, no entanto, que esse modelo só irá funcionar enquanto o preço das matérias-primas continuar elevado.

"Humala vai precisar de muita habilidade para manter as empresas estrangeiras e peruanas investindo aqui, ao mesmo tempo em que gerencia as exigências das províncias por melhores programas sociais", disse Simon.

O Peru e outros países da região têm orçamentos federais muito menores que o do Brasil, o que limita a capacidade dos governos de copiar os enormes investimentos sociais da era Lula.

As economias desses países também são bem menos diversificadas que a do Brasil, tornando-se assim mais vulneráveis a choques econômicos causados por uma queda no preço das commodities, por exemplo. Num cenário desses, eles podem ter dificuldades para manter os mercados financeiros e seus cidadãos satisfeitos ao mesmo tempo.

E, afinal de contas, pode ser a China comunista -- já a principal parceira comercial do Brasil, e segunda maior do Peru -- que irá determinar o sucesso do lulismo dentro e fora do Brasil.

"Se a economia da China sofrer uma desaceleração, será um problema para Humala", disse Simon. "Grande parte da América Latina é dependente da China."

sábado, 18 de junho de 2011

Dilma ressuscita FHC e o PIG pega carona

"Eu sou o príncipe dos sociólogos, o sociólogo-mor de todos os tempos. Eu tenho o livro da verdade absoluta guardado aqui no Olimpo onde eu resido".

O elogio de Dilma semana passada feito ao FHC onde diz que ele contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica do Brasil deu uma sobrevida ao FHC. Isso mostra que Dilma começa a jogar o xadrez político, pois ela não tem nada a ver com a relação freudiana de amor e ódio entre Lula e FHC. FHC ama Dilma que odeia o Lula e o Lula ama Dilma que odeia FHC. FHC arrogante elogia Dilma e critica o Lula e o Lula, com a faca e o queijo na mão, se quiser pode se dar ao luxo de passar a mão na cabeça de FHC.
Esse episódio foi tão marcante que o PSDB e o PIG estão em clima de verdadeira festa, tanto que no Globo de hoje já na capa há uma foto do FHC fazento referência aos seus 80 anos completados sexta-feira passada e fazendo referência ao sociólogo que virou presidente, onde dedica-lhe três páginas.
Como o PSDB já considerava FHC aposentado e fora das articulações para as próximas eleições o PIG encontrou no elogio de Dilma uma maneira de colocá-lo de volta nesse processo.
Resta descobrir agora o que a Dilma quer com tudo isso. Eu vejo com bons olhos essa iniciativa. Em alguns cursos que participei, os palestrantes citam a metáfora do limão que pode-se fazer uma boa limonada. Serra será sempre o Serra, porém o FHC pode ser o limão.

domingo, 12 de junho de 2011

Aumenta aprovação do Governo Dilma

Que azar do PIG!

Para tristeza do PIG a aprovação do Governo Dilma, a Lulu-mor, aumenta. Aliás, nesta semana que passou o PIG sofreu algumas derrotas; veja a lista abaixo.

1- Aumento de 47 para 49% de aprovação de Dilma. O PIG estava torcendo para a aprovação cair, depois da saída de Palloci. Agora resta-lhe inventar um novo golpe. Quem sabe ele não inventa que a Dilma financia as FARC.

2- A não extradição de Battisti decidida pelo STF. O PIG queria que o Brasil ficasse, como no passado, de quatro com medo das reações da Itália.

3- A poiera do Vulcão do Chile está se dissipando. O PIG quer, como sempre, que o Brasil continue no caos aéreo até a copa de 2014.

4- A inflação caiu. O PIG quer a inflação de volta para poder derrubar a Dilma.

5- O IBAMA concede a Licença Ambiental da Usina de Belo Monte. O PIG não quer o desenvolvimento do Norte/Nordeste.

6- A indicação de duas mulheres guerreiras em lugares-chave, como no caso da Gleisi Hoffmann na Casa Civel e Ideli Salvati nos Assuntos Instituicionais. É que nessas indicações aumentou a mulherofobia do PIG. A Globo já chama isso de Clube da Luluzinha. Que bom!

sábado, 11 de junho de 2011

Clube da Luluzinha? Por que não?

Depois de confirmadas as novas Ministras Gleisi Hoffmann para a Casa Civil e Ideli Salvati para Assuntos Institucionais, já há quem diga que a Presidente Dilma vai fundar o Clube da Luluzinha no Governo. Eu como parte do povo, acredito que o povo gostaria de ter essas mulheres do seu lado. Vejam abaixo os vídeos de alguns momentos em que elas atuaram, respectivamente a Presidente, Gleisi e Ideli.





sábado, 4 de junho de 2011

O que a mosca foi fazer na teia da aranha?


Sabe aquela mosca que voa e inadivertidamente cai numa teia de aranha? ela se estrebucha toda para sair da teia, mas isso faz com que ela se enrosque mais ainda e aí vem a aranha e a devora. O Palloci fez pior; ele provavelmente sabe que não tem mais volta e vai até a Globo tentar se explicar e selar de vez sua queda. A Globo que quer derrubar a Dilma, está adorando tudo isso e pode até se dar ao luxo de, junto com o PIG, fazer todo esse episódio respingar nela. Como se fosse possível a mosca tentar convencer a aranha a não devorá-la. Outra pergunta que não quer calar: o governo tem maioria real ou virtual no Congresso? Na hora que se precisa a oposição parece que sempre vence.