domingo, 5 de julho de 2009

O Golpe em Honduras

Agora, 23:00 hs de 05/07, estamos a espera de notícias sobre Honduras. Neste momento não temos notícias de onde anda o Presidente deposto Zelaya. Não sabemos se pousou em Tegucigalpa ou em Manágua ou em El-Salvador. São notícias desencontradas. Nas TVs brasileiras não sai nada até agora. Consigo ver alguma coisa na CNN, mas encontrei um link da Telesur no portal do Nassif e no do MSM. Vamos esperar que o presidente Zelaya possa reassumir e enterrarmos de vez o golpismo na AL. Como eu escrevi uma vez sobre os homens das pranchetas americanos, aqueles futuros desempregados militares da indústria da guerra. Veja abaixo uma pérola do Blog de Um Sem Mídia.

HONDURAS - Analista americano acha que os EUA estão envolvidos com o golpe.

Washington quer Zelaya de volta inabilitado politicamente
por James Petras.

O governo dos Estados Unidos esteve por trás do golpe de Estado ao presidente José Manuel Zelaya, mas o repúdio mundial a esse feito o tem posto a negociar com os chefes militares de Honduras, a possibilidade de que o presidente deposto reassuma seu cargo, mas em condições tais que lhe seja muito difícil continuar a linha de relações que mantém com os países da ALBA e, em particular, com o presidente Chávez.

Assim considerou o analista e acadêmico estadunidense, James Petras, em entrevista exclusiva à Agencia Bolivariana de Noticias, sobre a situação que se vive em Honduras.

A seu juízo, o governo norte-americano está implicado no golpe de Estado em Honduras. Esta análise pode ser feita a partir de muitos ângulos.

Primeiro está o fato de que os militares hondurenhos não funcionam sem consultar os assessores presentes nesse país".

Petras disse que os assessores estadunidenses estão em todos os níveis da hierarquia militar hondurenha. "Estruturalmente é impossível aos militares hondurenhos moverem um dedo sem consultar os assessores dos Estados Unidos".

"Segundo – explica – o governo de Obama está muito irritado pelo fato de que Zelaya está aliado a Chávez e recebendo ajuda econômica em associação com a ALBA".

Assinala o analista que até agora o Governo de Obama não reconheceu que houve um golpe militar "e não cortou nenhuma ajuda nem relações com o governo golpista".

Disse que todas as medidas adotadas até agora pelo Governo de Washington, são reações forçadas pelo repúdio mundial ao golpe.

"Em principio – destaca – não denunciaram o golpe e foi só depois de toda a região da América Latina ter condenado o golpe, depois de muitas vacilações e para não ficar isolados, adoptaram a posição das Nações Unidas, OEA e demais organismos internacionais, mas sempre com muitas reticências porque não querem debilitar os seus aliados militares e da oligarquia".

Informou que nas discussões nas Nações Unidas sobre o tema, a delegação dos Estados Unidos prolongou as deliberações durante quatro horas, para moderar a declaração final.

E acrescenta que enquanto os países da América Latina retiraram seus embaixadores, Washington mantém o seu.

"Agora estão tentando evitar que Zelaya volte ao país como presidente e, caso volte, que o faça numa situação institucional que debilite sua política de aliança com Chávez. Não há dúvida de que Obama pensou poder dar o golpe sem maiores conseqüências".

"Agora mais uma vez temos um efeito bumerangue. Cada vez que Obama tenta projetar o poder estadunidense, seja no Afeganistão, ou em relação à política econômica, o plano de estímulos financeiros ou o que seja, lança a política e depois tem de retroceder, porque no momento atual não é possível seguir a política imperialista dos presidentes anteriores", afirma.

- Qual poderá ser o desenlace desta situação quando Zelaya se apresentar sábado em Tegucigalpa?

- Tudo dependerá do grau de apoio que os Estados Unidos continuem a prestar. Se continuam a não caracterizar esse Governo como golpista, e continuam com a ajuda e mantém o embaixador, creio que pode fracassar a volta de Zelaya.

Petras faz uns segundos de pausa e continua: "Eu creio que estão negociando com os golpistas agora, tentando minimizar os efeitos do regresso; tentando separar a OEA e os presidentes do Equador e Argentina de Zelaya. Penso que tentarã prender Zelaya o que provocaria uma grande crise em todo o continente e poria os Estados Unidos numa posição muito incomoda".

Insiste na importância do apoio dos Estados Unidos ao governo golpista, porque a seu juízo, Honduras pode viver sem um lugar na OEA, mas não sem 85% de seu comércio com o país do norte.

"Mas muito dependerá do grau em que Washington consiga enfraquecer Zelaya, para que volte como um presidente impotente, que não possa lançar nem a consulta nem o referendo. Creio que Washington está procurando isso".

03/Julho/2009
O original encontra-se em www.kaosenlared.net (NR: efectuadas pequenas correcções).

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

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