quarta-feira, 5 de março de 2014

Dieta com muita proteína pode ser tão prejudicial quanto fumar

Uma dieta com muita carne e queijos pode ser tão prejudicial como fumar, mas o consumo moderado de proteínas é saudável, principalmente depois dos 65 anos de idade, afirmou um estudo publicado nesta terça-feira pela revista "Cell Metabolism".
Os pesquisadores acompanharam a dieta e as condições de saúde de uma ampla amostra de adultos por duas décadas, e perceberam que o consumo contínuo de proteínas animais faz com que uma pessoa tenha quatro vezes mais probabilidades de morrer de câncer que alguém com uma dieta pobre em proteínas.
É um risco de mortalidade por câncer comparável ao de uma pessoa que fuma.
"Existe a noção equivocada de que, porque todos comemos, é fácil e simples entender a nutrição", assinalou o autor principal do estudo, Valter Longo, professor da Escola de Gerontologia e diretor do Instituto de Longevidade da Universidade do Sul da Califórnia.
O consumo excessivo de proteína não só aparece vinculado a um aumento substancial na mortalidade por câncer, mas as pessoas de meia idade que comem muita proteína de origem animal, incluídas carnes, leite e queijo, são mais suscetíveis a uma morte antecipada em geral, segundo a pesquisa.
Dentro do estudo, quem tinha dieta com alto consumo de proteínas ficaram 74% mais propensos a morrer dentro do período do estudo que seus pares que consumiam menos proteínas. Também foram várias vezes mais propensos a morrer em consequência do diabetes.
A quantidade de proteína que deve fazer parte de uma dieta saudável foi um assunto controvertido por muito tempo, agitado ocasionalmente pela popularidade das dietas com alto valor protéico, como Dunkan, Paelo e Atkins.
O estudo da USC chegou à conclusão que a fase adulta não é monolítica, já que a biologia muda à medida que as pessoas envelhecem.
A proteína controla o hormônio do crescimento IGF-I que ajuda no desenvolvimento do corpo, mas também foi associada com a suscetibilidade ao câncer. Os níveis de IGF-I caem substancialmente depois dos 65 anos de idade e isso contribui para o enfraquecimento e perda muscular.
O estudo chegou à conclusão que, apesar da ingestão elevada de proteínas ser prejudicial na meia idade, quando está incluído em uma dieta de níveis moderados ou altos de proteína depois dos 65 anos de idade pode fazer com que as pessoas fiquem menos suscetíveis às doenças.
Um aspecto importante é os pesquisadores terem determinado que as proteínas vindas de plantas, como grãos, não parecem ter os mesmos efeitos sobre a mortalidade das proteínas de origem animal.
"A maioria das pessoas nos Estados Unidos come quase o dobro das proteínas que deveria ingerir e talvez a melhor mudança seria diminuir a ingestão diária de todas as proteínas, mas especialmente as de origem animal", assinalou Longo.
As conclusões sustentam as recomendações de várias agências de saúde que dizem que um consumo saudável é de 0,8 gramas de proteína por quilograma de peso corporal por dia na meia idade.
Por exemplo, uma pessoa que peso 59 quilos deve consumir entre 45 e 50 gramas de proteína por dia com preferência para as proteínas de origem vegetal, como os legumes.
Os pesquisadores qualificam como dieta com alto conteúdo de proteínas uma na qual pelo menos 20% ingeridas vem de proteínas, independente de serem vegetal ou animal.
Uma dieta moderada inclui de 10 a 19% de calorias de proteína, e uma dieta baixa é a que inclui menos de 10% de proteína.

domingo, 2 de março de 2014

O Impeachment de Joaquim Barbosa

Leia a notícia abaixo do Blog Conversa Afiada e clique neste link para pedir o impeachment de Barbosa.

BOMBA ! A PROVA DA MANIPULAÇÃO DO BARBOSA

Repórter não se chafurda na lama e revela a gênese da dosimetria pigal.
    Esta reportagem de Felipe Recondo, do Estadão, é o suficiente para a bancada do PT no Senado – clique aqui para votar “além da Gleisi, quem são os senadores do PT?” – pedir o impeachment de Barbosa.

Pedido esse que já corre a internet.

Recondo mostra, primeiro, que Barbosa sabia que não havia provas contra Dirceu e que o prevaricador Gurgel –segundo Collor, da tribunal do Senado -  tinha feito um trabalho “deficiente”…

(Para dizer pouco.)

Segundo, para assegurar que Dirceu morresse nas masmorras, como tenta, agora, em parceira com Bruno Ribeiro, esse nobre exemplar da imparcialidade na Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Barbosa  inflacionou as penas de Dirceu, como explicou este ansioso blog.

Isso é o que se deduzia da simples análise da dosimetria, como fizeram, pela ordem, os ministros Lewandowski, Barroso e Zavascki.

A “dosimetria” do Barbosa era uma manipulação vulgar da aritmética.

Agora, Recondo conta como foi que Barbosa construiu uma aritmética pigal.

Oh !, Euclides, pisaram no teu túmulo:

ANÁLISE: AS OPERAÇÕES ARITMÉTICAS DO MINISTRO JOAQUIM BARBOSA


Felipe Recondo – O Estado de S. Paulo

Barbosa acabava de admitir abertamente o que o ministro Luís Roberto Barroso dizia com certos pudores. A pena para os condenados pelo crime de formação de quadrilha no julgamento do mensalão foi calculada, por ele, Barbosa, para evitar a prescrição. Por tabela, disse Barroso, o artifício matemático fez com que réus que cumpririam pena em regime semiaberto passassem para o regime fechado.

(…)

Três anos antes, em março de 2011, Joaquim Barbosa estava de pé em seu gabinete. Não se sentava por conta do problema que ainda supunha atacar suas costas. Foi saber depois, que suas dores tinham origem no quadril.

A porta mal abrira e ele iniciava um desabafo. Dizia estar muito preocupado com o julgamento do mensalão. A instrução criminal, com depoimentos e coleta de provas e perícias, tinha acabado. E, disse o ministro, não havia provas contra o principal dos envolvidos, o ministro José Dirceu. O então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, fizera um trabalho deficiente, nas palavras do ministro.

Piorava a situação a passagem do tempo. Disse então o ministro: em setembro daquele ano, o crime de formação de quadrilha estaria prescrito. Afinal, transcorreram quatro anos desde o recebimento da denúncia contra o mensalão, em 2007. Barbosa levava em conta, ao dizer isso, que a pena de quadrilha não passaria de dois anos. Com a pena nesse patamar, a prescrição estaria dada. Traçou, naquele dia em seu gabinete, um cenário catastrófico.

O jornal O Estado de S. Paulo publicou, no dia 26 de março de 2011, uma matéria que expunha as preocupações que vinham de dentro do Supremo. O título era: “Prescrição do crime de formação de quadrilha esvazia processo do mensalão”.

Dias depois, o assunto provocava debates na televisão. Novamente, Joaquim Barbosa, de pé em seu gabinete, pergunta de onde saiu aquela informação. A pergunta era surpreendente. Afinal, a informação tinha saído de sua boca. Ele então questiona com certa ironia: “E se eu der (como pena) 2 anos e 1 semana?”.

Barroso não sabia dessa conversa ao atribuir ao tribunal uma manobra para punir José Dirceu e companhia e manter vivo um dos símbolos do escândalo: a quadrilha montada no centro do governo Lula para a compra de apoio político no Congresso Nacional. Barbosa, por sua vez, nunca admitira o que falava em reserva. Na quarta-feira, para a crítica de muitos, falou com a sinceridade que lhe é peculiar. Sim, ele calculara as penas para evitar a prescrição. “Ora!”


Em tempo: 
Recondo é aquele jornalista que o Barbosa mandou “se chafurdar na lama”.