sábado, 30 de junho de 2012

Lula e Civita: a solidariedade no câncer

Eis a diferença entre um político comum e um estadista

Uma parte do post do site do Nassif

No Sirio, em tratamento, Lula soube que seu arquiinimigo, Roberto Civita, também estava internado, câncer na próstata, só que em situação bem mais grave. Assim que foi informado, decidiu visitá-lo, apesar da resistência de dona Marisa.
Desceram ao apartamento de Roberto Civita acompanhado do oncologista de Lula, Roberto Kalil. Civita se emocionou com a visita e pediu desculpas pelos ataques a Lula e ao filho. Lula lhe disse para não se emocionar muito para não atrapalhar o tratamento.
Kalil viu sinais de ironia no alerta de Lula. Quem o conhece, viu a solidariedade para com o próximo.
A visita foi para a pessoa de Roberto Civita. Mas em nada mudou o julgamento de Lula sobre o publisher Roberto Civita.

domingo, 24 de junho de 2012

Golpe do Paraguai: Não culpem o Brasil

Em continuidade a esse pesadelo político terrível que está acontecendo no Paraguai aqui bem perto do nosso quintal, estou vendo que há algumas pessoas que já estão querendo por a culpa no Brasil por não ter enxergado esse movimento golpista agindo na calada da noite para dar o golpe. E ainda dizem que os E.U.A. ganharam esse jogo do Brasil no seu próprio quintal.
O Brasil, apesar ter sido um império no século 19, não tem mais vocação imperialista. Não vejo nada que o Brasil poderia fazer para evitar esse golpe, a não ser a partir de agora começar a questionar a participação do Paraguai no Mercosul com um presidente golpista ou cobrar, pressionar ou sei lá mais o que para que o Paraguai possa voltar a uma situação normal.
Com a palavra, o povo paraguaio. Vamos esperar e ver como o povo paraguaio vai se comportar a partir de agora. Eles têm que ver se era melhor o Paraguai do Strossner ou se é melhor com o Lugo.
Contudo ainda vejo o dedo dos E.U.A. nisso, como vocês podem acompanhar abaixo no Blog do Azenha. E repito que se eu estiver errado quanto a participação dos E.U.A. neste golpe eu me retratarei.


sábado, 23 de junho de 2012

Paraguai: golpe, estranho golpe

Esse episódio em torno do golpe no Paraguai me fez cair uma ficha, ontem a noite. E a ficha á a seguinte. Estava desconfiado que isso pode sido concebido, como sempre acontece, num certo país do norte. Hoje eu vejo que fui premiado com minha desconfiança. Está nos jornais e Blogs que os E.U.A
foram o primeiro a reconhecer o novo governo golpista do Paraguai e ainda vem seu porta-voz e diz "Pedimos aos paraguaios que ajam de forma pacífica, com calma e responsabilidade, dentro do espírito dos princípios democráticos do Paraguai": que bonito.
 Pois é, é sempre assim. Agora é a vez do Paraguai ser mais uma vítima da Nova Ordem Mundial iniciada e assumida em discurso pelo Bush filho a partir do Iraque.
Para eles não interessa se algum governo é democrático, militar ou monárquico. O que interessa a eles é seu regime imperialista e unilateral atender seus interesses. O que interessa é provocar a desunião de nações que tentam se organizar sem a tutela americana, tal como o Mercosul. Eles tentaram primeiro com a Argentina, mas não conseguiram porque lá não tem mais espaço para golpe. Aí eles foram no Paraguai. Aproveitaram que o foco estava na crise do Euro e na Rio+20 e conseguiram o intento. Se por acaso o Paraguai fosse um pólo produtor e exportador de petróleo para os E.U.A será que eles reconheceriam o golpe? Não, não só não reconheceriam como seus caças e frotas já estariam cercando o Paraguai. 
E que interesses podem estar por traz disso? Será o pré-sal? Será o medo da consolidação do Mercosul porque não estar sob a tutela americana? Só o tempo dirá. E se eu estiver errado, serei o primeiro a me retratar neste Blog.
Mas vejam só os motivos ridículos do impeachment do Lugo, que reproduzo abaixo do Blog Amigos do Lula.

Eis os absurdos:

1) Motivo fútil: Lugo foi acusado de forma subjetiva de "mau desempenho de suas funções" de presidente. Ora, quem tem que fazer esse tipo de julgamento é o povo, nas urnas, e não 39 senadores oligarcas.

2) Faltavam apenas 11 meses para as próximas eleições e 14 meses para passar a faixa . Lugo tomou posse em agosto de 2008 para cumprir 5 anos de mandato. Nada justificaria um julgamento político destes, muito menos com um motivo fútil.

Detalhe 1: No Paraguai não tem reeleição para presidente e Lugo não pleiteou mudança na Constituição para se reeleger, portanto ele sequer seria candidato.

Detalhe 2: Lugo nunca teve maioria no parlamento, logo nunca representou grande ameaça ao conservadorismo. Por isso esse golpe causa mais estranheza.

3) Até os piores criminosos tem, pelo menos, 15 dias para preparar sua defesa. Lugo foi notificado na véspera, e julgado no dia seguinte, com a defesa tendo apenas duas horas para defendê-lo. Ou seja, foi um julgamento faz-de-conta. Combinaram o golpe primeiro, depois cumpriram apenas um roteiro para dar verniz de cumprir os ritos constitucionais.


quarta-feira, 20 de junho de 2012

O fator Maluf e o favorecimento de Haddad

Quem imaginava o Maluf virar fator. Isso só poderia acontecer mesmo em 2012. Mas, vamos lá.
Não sei se o Lula teve a intenção sobre o imbróglio deste episódio, mas o Haddad se transformou em foco e a população, apesar da polêmica, começa a enxergar de vez que o candidato de Lula para a prefeitura de São Paulo é o Haddad. Ela vai colar o nome de Haddad ao Lula. E o PIG deu isso de graça ao repercutir a polêmica em torno do episódio. E o PIG mesmo já fez outro favor. Ele carimbou o nome do Fernando Haddad como Haddad. Isso torna mais fácil o dueto Lula/Haddad ou Haddad/Lula entrar no inconsciente coletivo da população. Portanto a partir de agora, tanto o PIG, PSDB/PPS/DEM/PSB e grande parte da direita não vão dormir direito.
Para tristeza de todos eles as pesquisas confirmarão o que estou dizendo.
E Erundina, não tenho nada a falar contra você, pois eu lhe tenho muito respeito e admiração, mas desça de pedestal.
Para terminar, recomendo a leitura dos posts do nobre jornalista Carlos Motta, que com muita lucidez nos premiam com seus sempre eloquentes textos.
 
Os idealistas trabalham de graça

A ética da idealista Erundina


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Revolução à Americana

Leiam abaixo e vejam porque a Rússia e a China querem dar um basta nos E.U.A. em relação a Síria.
Seria útil alguns de setores da nossa Direita dar uma boa olhada nisso, colocar um espelho ao lado do computador, ver a monstruosidade que defenderam e ainda defendem e depois tentar encarar seu rosto refletido no espelho.

Publica

Documentos vazados pelo WikiLeaks mostram como age uma organização que treina oposicionistas pelo mundo afora – do Egito à Venezuela

No canto superior do documento, um punho cerrado estampa a marca da organização. No corpo do texto lê-se: “Há uma tendência presidencialista forte na Venezuela. Como podemos mudar isso? Como podemos trabalhar isso?”. Mais abaixo, o leitor encontra as seguintes frases: “Economia: o petróleo é da Venezuela, não do governo. É o seu dinheiro, é o seu direito… A mensagem precisa ser adaptada para os jovens, não só para estudantes universitários… E as mães, o que querem? Controle da lei, a polícia agindo sob autoridades locais. Nós iremos prover os recursos necessários para isso”.
O texto não está em espanhol nem foi escrito por algum membro da oposição venezuelana; escrito em inglês, foi produzido por um grupo de jovens baseados em outro lado do mundo – na Sérvia.
O documento “Análise da situação na Venezuela, Janeiro de 2010”, produzido pela organização Canvas, cuja sede fica em Belgrado, está entre os documentos da empresa de inteligência Stratfor vazados pelo WikiLeaks.
O último vazamento do WikiLeaks – ao qual a Pública teve acesso – mostra que o fundador desta organização se correspondia sempre com os analistas da Stratfor, empresa que mistura jornalismo, análise política e métodos de espionagem para vender “análise de inteligência” a clientes que incluem corporações como a Lockheed Martin, Raytheon, Coca-Cola e Dow Chemical – para quem monitorava as atividades de ambientalistas que se opunham a elas – além da Marinha americana.
O Canvas (sigla em inglês para “centro para conflito e estratégias não-violentas”) foi fundado por dois líderes estudantis da Sérvia, que participaram da bem-sucedida revolta que derrubou o ditador Slobodan Milosevic em 2000. Durante dois anos, os estudantes organizaram protestos criativos, marchas e atos que acabaram desestabilizando o regime. Depois, juntaram o cabedal de conhecimento em manuais e começaram a dar aulas a grupos oposicionistas de diversos países sobre como se organizar para derrotar o governo. Foi assim que chegaram à Venezuela, onde começaram a treinar líderes da oposição em 2005. Em seu programa de TV, Hugo Chávez acusou o grupo de golpista e de estar a serviço dos Estados Unidos. “É o chamado golpe suave”, disse.
Os novos documentos analisados pela Pública mostram que se Chávez não estava totalmente certo – mas também não estava totalmente errado.
O começo, na Sérvia
“Foram dez anos de organização estudantil durante os anos 90”, diz Ivan Marovic, um dos estudantes que participaram dos protestos contra Milosevic. “No final, o apoio do exterior finalmente veio. Seria bobo eu negar isso. Eles tiveram um papel importante na etapa final. Sim, os Estados Unidos deram dinheiro, mas todo mundo deu dinheiro: alemães, franceses, espanhóis, italianos. Todos estavam colaborando porque ninguém mais apoiava o Milosevic”, disse ele em entrevista à Pública.
“Dependendo do país, eles doavam de um determinado jeito. Os americanos têm um ‘braço’ formado por ONGs muito ativo no apoio a certos grupos, outros países como a Espanha não têm e nos apoiavam através do ministério do exterior”.  Entre as ONGs citadas por Marovic estão o National Endowment for Democracy (NED), uma organização financiada pelo congresso americano, a Freedom  House e o International Republican Institute, ligado ao partido republicano – ambos contam polpudos financiamentos da USAID, a agência de desenvolvimento americana que capitaneou movimentos golpistas na América Latina nos anos 60, inclusive no Brasil.
Todas essas ONGs são velhas conhecidas dos governos latinoamericanos, incluindo os mais recentes.
Foi o IRI, por exemplo, que ministrou “cursos de treinamento político” para 600 líderes da oposição haitiana na República Dominicana durante os anos de 2002 e 2003. O golpe contra Jean-Baptiste Aristide, presidente democraticamente eleito, aconteceu em 2004. Investigado pelo Congresso dos Estados Unidos, o IRI foi acusado de estar por trás de duas organizações que conspiraram para derrubar Aristide.  Na Venezuela, o NED enviou US$ 877 mil para grupos de oposição nos meses anteriores ao golpe de Estado fracassado em 2002, segundo revelou o New York Times. Na Bolívia, segundo documentos do governo americano obtidos pelo jornalista Jeremy Bigwood, parceiro da Pública, a USAID manteve um  “Escritório para Iniciativas de Transição”, que investiu US$ 97 milhões em projetos de “descentralização” e “autonomias regionais” desde 2002, fortalecendo os governos estaduais que se opõem a Evo Morales.
Procurado pela Pública, o líder do Canvas, Srdja Popovic, diz que a organização não recebe fundos governamentais de nenhum país e que seu maior financiador é o empresário sérvio Slobodan Djinovic, que também foi líder estudantil.
Porém, um PowerPoint de apresentação da organização, vazado pelo WikiLeaks, aponta como parceiros do Canvas o IRI e a Freedom House, que recebem vultosas quantias da USAID.
Para o pesquisador Mark Weisbrot, do instituto Center for Economic and Policy Research, de Washington, organizações como a IRI e Freedom House “não estão promovendo a democracia”. “Na maior parte do tempo, estão promovendo exatamente o oposto. Geralmente promovem as políticas americanas em outros países, e isto significa oposição a governos de esquerda, por exemplo, ou a governos dos quais os Estados Unidos não gostam”.
Fase dois: da Bolívia ao Egito 
Vista através do mesmo PowerPoint de apresentação, a atuação do Canvas impressiona. Entre 2002 e 2009, realizou 106 workshops, alcançando 1800 participantes de 59 países. Nem todos são desafetos americanos – o Canvas treinou ativistas por exemplo na Espanha, no Marrocos e no Azerbaijão – mas a lista inclui muitos deles: Cuba, Venezuela, Bolívia, Zimbabue, Bielorrussia, Coreia do Norte, Siria e Irã.
Segundo o próprio Canvas, sua atuação foi importante em todas as chamadas “revoluções coloridas” que se espalharam por ex-países da União Soviética nos anos 2000.
O documento aponta como “casos bem sucedidos” a transferência de conhecimento para o movimento Kmara em 2003 na Geórgia, grupo que lançou a Revolução Rosas e derrubou o presidente; uma ajudinha para a Revolução Laranja, em 2004, na Ucrânia; treinamento de grupos que fizeram a Revolução dos Cedros em 2005, no Líbano; diversos projetos com ONGs no Zimbabue e a coalizão de oposição a Robert Mugabe; treinamento de ativistas do Vietnã, Tibete e Burma, além de projetos na Síria e no Iraque com “grupos pró-democracia”. E, na Bolívia, “preparação das eleições de 2009 com grupos de Santa Cruz” – conhecidos como o mais ferrenho grupo de adversários de Evo Morales.
Até 2009, o principal manual do grupo, “Luta não violenta – 50 pontos cruciais” já havia sido traduzido para 5 línguas, incluindo o árabe e o farsi.
Um das ações do Canvas que ganhou maior visibilidade foi o treinamento de uma liderança do movimento 6 de Abril, considerado o embrião da primavera egípcia. O movimento começou a ser organizado pelo Facebook para protestar em solidariedade a trabalhadores têxteis da cidade de Mahalla al Kubra, no Delta do Nilo. Foi a primeira vez que a rede social foi usada para este fim no Egito. Em meados de 2009, Mohammed Adel, um dos líderes do 6 de Abril viajou até Belgrado para ser treinado por Popovic.
Nos emails aos analistas da Stratfor, Popovic se gaba de manter relações com os líderes daquele movimento, em especial com Mohammed Adel – que se tornou uma das principais fontes de informação a respeito do levante no Egito em 2011. Na comunicação interna da Stratfor, ele é mencionado sob o codinome RS501.
“Acabamos de falar com alguns dos nossos amigos no Egito e descobrimos algumas coisas”, informa ele no dia 27 de janeiro de 2011. “Amanhã a irmadade muçulmana irá levar sua força às ruas, então pode ser ainda mais dramático… Nós obtivemos informações melhores sobre estes grupos e como eles têm se organizado nos últimos dias, mas ainda estamos tentando mapeá-los”.
Documentos da Stratfor
Os documentos vazados pelo WikiLeaks mostram que o Canvas age de maneira menos independente do que deseja aparentar. Em pelo menos duas ocasiões, Srdja Popovic contou por email ter participado de reuniões no National Securiy Council, o conselho de segurança do governo americano.
A primeira reunião mencionada aconteceu no dia 18 de dezembro de 2009 e o tema em pauta era Russia e a Geórgia. Na época, integrava o NSC o “grande amigo” de Popovic – nas suas próprias palavras – o conselheiro sênior de Obama para a Rússia, Michael McFaul, que hoje é embaixador americano naquele país.
No mesmo encontro, segundo Popovic relatou mais tarde, tratou-se do financiamento de oposicionistas no Irã através de grupos pró-democracia, tema de especial interesse para ele. “A política para o Irã é feita no NSC por Dennis Ross. Há uma função crescent sobre o Irã no Departamento de Estado sob o Secretário Assistente John Limbert. As verbas para programas pró-democracia no Irã aumentaram de US$ 1,5 milhão em 2004 para US$ 60 milhões em 2008 (…) Depois de 12 de junho de 2009, o NSC decidiu neutralizar os efeitos dos programas existentes, que começaram com Bush. Aparentemente a lógica era que os EUA não queriam ser vistos tentando interferir na política interna do Irã. Os EUA não querem dar ao regime iraniano uma desculpa para rejeitar as negociações sobre o programa nuclear”, reclama o sérvio, para quem o governo Obama estaria agindo como “um elefante numa loja de louça” com a nova política. “Como resultado, o Iran Human Rights Documentation Center, Freedom House, IFES e IRI tiveram seus pedidos de recursos rejeitados”, descreve em um email no início de janeiro de 2010.
A outra reunião de Popovic no NSC teria ocorrido às 17 horas do dia 27 de julho de 2011, conforme Popovic relatou à analista Reva Bhalla.
“Esses caras são impressionantes”, comentou, em um email entusiasmado, o analista da Stratfor para o leste europeu, Marko Papic. “Eles abrem usa lojinha em um país e tentam derrubar o governo. Quando bem usados são uma arma mais poderosa que um batalhão de combate da força aérea”.
Marko explica aos seus colegas da Stratfor que o Canvas – nas suas palavras, um grupo tipo “exporte-uma-revolução” –  “ainda depende do financiamento dos EUA e basicamente roda o mundo tentando derrubar ditadores e governos autocráticos (aqueles de quem os Estados Unidos não gostam)”. O primeiro contato com o líder do grupo, que se tornaria sua fonte contumaz, se deu em 2007. “Desde então eles têm passado inteligência sobre a Venezuela, a Georgia, a Sérvia, etc”.
Em todos os emails, Popovic demonstra grande interesse em trocar informações com a Strtafor, a quem chama de “CIA de Austin”. Para isso, vale-se dos seus contatos entre ativistas em diferentes países. Além de manter relação com uma empresa do mesmo filão idológico, se estabelece uma proveitosa troca de informações. Por exemplo, em maio de 2008 Marko diz a ele que soube que a inteligência chinesa estaria considerando atacar a organização pelo seu trabalho com ativistas tibetanos. “Isso já era esperado”, responde Srdja. Em 23 de maio de 2011, ele pede informações sobre a autonomia regional dos curdos no Iraque.
Venezuela
Um dos temas mais frequentes na conversa com analistas da Stratfor é a Venezuela; Srdja ajuda os analistas a entenderem o que a oposição está pensando. Toda a comunicação, escreve Marko Papic, é feita por um email seguro e criptografado. Além disso, em 2010, o líder do Canvas foi até a sede da Stratfor em Austin para dar um briefing sobre a situação venezuelana.
“Este ano vamos definitivamente aumentar nossas atividades na Venezuela”, explica o sérvio no email de apresentação da sua “Análise da situação na Venezuela”, em 12 de janeiro de 2010. Para as eleições de setembro daquele ano, relata que “estamos em contato próximo com ativistas e pessoas que estão tentando ajudá-los”, pedindo que o analista não espalhe ou publique esta informação. O documento, enviado por email, seria a “fundação da nossa análise do que planejamos fazer na Venezuela”. No dia seguinte, ele reitera em outro email: “Para explicar o plano de ação que enviamos, é um guia de como fazer uma revolução, obviamente”.
O documento, ao qual a Pública teve acesso, foi escrito no início de 2010 pelo “departamento analítico” da organização e relata, além dos pilares de suporte de Chávez, listando as principais instituições e organizações que servem de respaldo ao governo (entre elas, os militares, polícia, judiciário, setores nacionalizados da economia, professores e o conselho eleitoral), os principais líderes com potencial para formarem uma coalizão eficiente e seus “aliados potenciais” (entre eles, estudantes, a imprensa independente e internacional, sindicatos, a federação venezuelana de professores, o Rotary Club e a igreja católica).
A indicação do Canvas parece, no final, bem acertada. Entre os principais líderes da oposição que teriam capacidade de unificá-la estão Henrique Capriles Radonski, governador do Estado de Miranda e candidato de oposição nas eleições presidenciais de outubro pela coalizão Mesa de Unidade Democrática, além do prefeito do distrito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, e do ex-prefeito do município de Chacao, Leopoldo Lopez Mendoza. Dois líderes estudantis, Alexandra Belandria, do grupo Cambio, e Yon Goicochea, do Movimiento Estudiantil Venezolano, também são listados.
O objetivo da estratégia, relata o documento, é “fornecer a base para um planejamento mais detalhado potencialmente realizado por atores interessados e pelo Canvas”. Esse plano “mais detalhado” seria desenvolvido posteriormente com “partes interessadas”.
Em outro email Popovic explica:“Quando alguém pede a nossa ajuda, como é o caso da Venezuela, nós normalmente perguntamos ‘como você faria?’ (…) Neste caso nós temos três campanhas: unificação da oposição, campanha para a eleição de setembro (…). Em circunstâncias NORMAIS, os ativistas vêm até nós e trabalham exatamente neste tipo de formato em um workshop. Nós apenas os guiamos, e por isso o plano acaba sendo tão eficiente, pois são os ativistas que os criam, é totalmente deles, ou seja, é autêntico. Nós apenas fornecemos as ferramentas”.
Mas, com a Venezuela, a coisa foi diferente, explica Popovic: “No caso da Venezuela, por causa do completo desastre que o lugar está, por causa da suspeita entre grupos de oposição e da desorganização, nós tivemos que fazer esta análise inicial. Se eles irão realizar os próximos passos depende deles, ou seja, se eles vão entender que por causa da falta de UNIDADE eles podem perder a corrida eleitoral antes mesmo que ela comece”.
Aqueles que receberam a análise (como o pessoal da Strartfor, por exemplo) aprenderam que segunda a lógica do Canvas os principais temas a serem explorados em uma campanha de oposição na Venezuela são:
- Crime e falta de segurança: “A situação deteriorou tremendamente e dramaticamente desde 2006. Motivo para mudança”
- Educação: “O governo está tomando conta do sistema educacional: os professores precisam ser atiçados. Eles vão ter que perder seus empregos ou se submeter! Eles precisam ser encorajados e haverá um risco. Nós temos que convencê-los de que os temos como alta esfera da sociedade; eles detêm uma responsabilidade que valorizamos muito. Os professores vão motivar os estudantes. Quem irá influenciá-los? Como nós vamos tocá-los?”
- Jovens: “A mensagem precisa ser dirigida para os jovens em geral, não só para os estudantes universitários”.
-Economia: “O petróleo é da Venezuela, não do governo, é o seu dinheiro, é o seu direito!  Programas de bem-estar social”.
- Mulheres: “O que as mães querem? Controle da lei, a polícia agindo sob as autoridades locais. Nós iremos prover os recursos necessários para isso. Nós não queremos mais brutamontes”.
- Transporte: “Trabalhadores precisam conseguir chegar aos seus empregos. É o seu dinheiro.  Nós precisamos exigir que o governo preste contas, e da maneira que está não conseguimos fazer isso”.
- Governo: “Redistribuição da riqueza, todos devem ter uma oportunidade”.
- “Há uma forte tendência presidencialista na Venezuela. Como podemos mudar isso? Como podemos trabalhar com isso?”
No final do email, Popovic termina com uma crítica grosseira aos venezuelanos que procura articular: “Aliás, a cultura de segurança na Venezuela não existe. Eles são retardados e falam mais que a própria bunda. É uma piada completa”.
Procurado pela Pública, o líder do Canvas negou que a organização elabore análises e planos de ação revolucionária sob encomenda. E foi bem menos entusiasta com relação ao seu “guia” elaborado para a Venezuela.
“Nós ensinamos as pessoas a analisarem e entenderem conflitos não-violentos – e durante o processo de aprendizagem pedimos a estudantes e participantes que utilizem as ferramentas que apresentam no curso. E nós também aprendemos com eles! Depois usamos o trabalho que eles realizaram e combinamos com informações públicas para criar estudos de caso”, afirmou. “E isso é transformado em análises mais longas por dois estagiários. Usamos estas análises nas nossas pesquisas e compartilhamos com estudantes, ativistas, pesquisadores, professores, organizações e jornalistas com os quais cooperamos – que estão interessados em entender o fenômeno do poder popular”.
Questionado, Popovic também respondeu às criticas feitas por Hugo Chávez no seu programa de TV: “É uma fórmula bem conhecida… Por décadas os regimes autoritários de todo o mundo fazem acusações do tipo ‘revoluções exportadas’ como sendo a principal causa dos levantes em seus países. O movimento pró-democracia na Sérvia foi, claro, acusado de ser uma ‘ferramenta dos EUA’ pela TV estatal e por Milosevic, antes dos estudantes derrubarem o seu regime. Isso também aconteceu no Zimbabue, Bielorrusia, Irã…”
O ex-colega de movimento estudantil, Ivan Marovic – que ainda hoje dá palestras sobre como aconteceu a revolta contra Milosevic – concorda com ele: “É impossível  exportar uma revolução. Eu sempre digo em minhas palestras que a coisa mais importante para uma mudança social bem-sucedida é ter a maioria da população ao seu lado. Se o presidente tem a maioria da população ao lado dele, nada vai acontecer”.
Marovic avalia, no entanto, que houve uma mudança de percepção do “braço de ONGs” dos governos ocidentais, em especial dos Estados Unidos, depois da revolução na Sérvia em 2000 e as “revoluções coloridas” que se seguiram no leste europeu. “Um mês depois de derrubarmos o Milosevic, o New York Times publicou um artigo dizendo que quem realmente derrubou o Milosevic foi a assistência financeira americana. Eles estão aumentando o seu papel. E agora acreditam que a grana dos Estados Unidos pode derrubar um governo. Eles tentaram a mesma coisa na Bielorrusia, deram um monte de dinheiro para ONGs, e não funcionou”.
O pesquisador Mark Weisbrot concorda, em termos. É claro que nenhum grupo estrangeiro, ainda mais um grupo pequeno, pode causar uma revolução em um país. Para ele, não é o dinheiro do governo americano – seja através de ONGs pagas pelo National Security Council, pela USAID ou pelo Departamento de Estado – que faz a diferença. “A elite venezuelana, por exemplo, não precisa deste dinheiro. O que estes grupos financiados pelos EUA, antigamente e hoje, agregam são duas coisas: uma é habilidade e o conhecimento necessário em subverter regimes. E a segunda coisa é que esse apoio tem um papel unificador. A oposição pode estar dividida e eles ajudam a oposição a se unificar”. Para ele, muitas vezes o patrocínio americano tem uma “influência perniciosa” em movimentos legítimos. “Sempre tem pessoas grupos lutando pela democracia nestes países, com uma variedade de demandas, reforma agrária, proteções sociais, empregos… E o que acontece é que eles capitaneiam todo o movimento com muito dinheiro, inspirado pelas políticas que interessam aos EUA. Muitas vezes, os grupos democráticos que recebem o dinheiro acabam caindo em descrédito”.
Clique aqui para ver todos os documentos no site do WikiLeaks.

domingo, 17 de junho de 2012

Esta é a nossa Erundina

Carta Maior

Uma aliança com a dignidade

Por Saul Leblon
Uma grande frente da direita brasileira se move na ansiosa tentativa de preservar o comando da maior capital do país. O comboio transporta interesses pesados; não perder sua maior vitrine política é um deles; propiciar ao candidato da derrota conservadora em 2002 e 2010 um holofote de sobrevida até 2014, outro Há também o orçamento: R$ 40 bilhões, maior que o de vários Estados. Serra teria hoje 30% das intenções de votos na corrida pela prefeitura de São Paulo; seu principal oponente, Fernando Haddad, 3%. Lula adoeceu no meio do caminho e já se recuperou. Mas a convalescença pode reduzir a decisiva participação em uma disputa com DNA nacional.

O conservadorismo atrelava vagões ao comboio e exultava a cada tropeço do outro lado. A frustrada tentativa de cooptar Kassab parecia ter subtraído ao PT até mesmo o discurso da polaridade ideológica. Com Marta ressentida e afastada, Serra chocava a serpente ao abrigo de confrontos constrangedores. A incubação conservadora ia bem até que uma palavra que desequilibra o lado contra o qual ela se volta entrou no jogo: dignidade, ou Luiza Erundina. Essa mulher nordestina e socialista, ex-prefeita da capital, que alguns criticaram pelo excesso de zelo com a causa popular, será a parceira de Haddad para devolver a São Paulo algo de inestimável valor: o resgate do voto como um engajamento que faz sentido outra vez na luta por uma cidade a serviço dos cidadãos.

Em 2010, seus 50 anos de integridade e dedicação à justiça social foram manchados por uma condenação no Supremo Tribunal Federal: malversação de fundos públicos. Pela sentença, de um processo que se arrastava há 20 anos, Erundina teria que devolver aos cofres municipais cerca de R$ 350 mil, quantia de que não dispunha, nem nunca teve, razão pela qual a Justiça determinou o leilão de seus únicos bens de valor: um apartamento de 80 m2 na zona sul de São Paulo, avaliado então em R$ 100 mil e dois carros populares - um Palio 97 e um Gol 2004, do tipo 'rodados'. As razões que a levaram à condenação e a forma como ela a superou resumem a inquietação que o seu engajamento eleitoral causa agora nas fileiras da direita.

Erundina não virou ré por qualquer desvio de dinheiro público; sua administração não foi acusada de fraude em licitações ou superfaturamento; ela não nomeou, como fez Serra, um achacador para Departamento de Aprovação de Edificações da Prefeitura, que em poucos anos 'adquiriu' 125 imóveis de alto padrão. Não, eu crime,pelo qual quase perdeu o seu único patrimônio, foi não ter boicotado uma greve geral dos trabalhadores brasileiros, em 1989. Em março daquele ano, a então prefeita de São Paulo determinou que fossem impressos cartazes explicando à população que os ônibus municipais não circulariam nos dias 14 e 15 em apoio à greve geral convocada pela CUT e a CGT, como protesto contra o "Plano Verão.

A decisão de que ela deveria ressarcir os cofres da despesa com os cartazes era definitiva e não cabia mais recurso. A mais pobre ex-prefeita de São Paulo contou então com a ajuda dos amigos para evitar o desastre. Um grupo organizou uma campanha nacional com jantares e doações populares que se espalhou rapidamente, acumulando depósitos de R$ 2 a R$ 20 mil na conta aberta para essa finalidade.

A resposta massiva assumiu contornos de indignação suprapartidária e solidariedade ecumênica a ex-prefeita. Em pouco tempo foi atingido o montante necessário e saldada a sentença. Na verdade, os recursos ultrapassaram o valor estipulado em R$ 7 mil, que Erundina decidiu doar a uma instituição de caridade escolhida com a ajuda dos amigos da campanha. Bem-vinda, senhora dignidade.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

LULA ABORTOU GOLPE DE DEMÓSTENES CONTRA GOVERNO DILMA



“Segundo o veículo de comunicação goiano “DM”, Lula teria abortado um golpe cuidadosamente articulado pelo senador Demóstenes Torres e o bicheiro Carlinhos Cachoeira contra o governo da presidenta Dilma Rousseff. Embora o artigo não apresente provas do envolvimento do ex-presidente com a questão, vale a pena lê-lo para conhecer mais dos objetivos do ambicioso senador.

Segue abaixo a íntegra do texto do “DM”:

LULA ABORTA O GOLPE

CAI A MAIS AUDAZ E AMBICIOSA CONSPIRAÇÃO POLÍTICA DO BRASIL

Nos bastidores da “Operação Monte Carlo”, deflagrada pela Polícia Federal, o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) e o “empresário de jogos de azar” Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, gestavam uma estratégia que passou ao largo das investigações: pavimentar a candidatura do parlamentar para o Palácio do Planalto em 2014.

A meta de Demóstenes e Cachoeira era construir uma teia de relações políticas e uma estrutura financeira que viabilizassem a candidatura [de Demóstenes] à sucessão da presidenta Dilma Rousseff. Segundo políticos e interlocutores do senador, o projeto foi a senha para o desencadeamento da operação policial e a entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas articulações, com vistas a abortar a estratégia.

Como se viu, a articulação política de Demóstenes e Cachoeira foi marcada por tentativas como, por exemplo, a discussão sobre a troca de partidos, daí as conversas sobre a saída do senador no DEM e o ingresso no PMDB. Na prática, o próprio movimento para a entrada do ex-democrata no ninho peemedebista e, portanto, na base aliada da presidenta Dilma, naufragou quando o PT e o Planalto perceberam a relação de Demóstenes com o contraventor.

O ESCORREGÃO INESPERADO NO CAMINHO PARA A RAMPA DO PLANALTO

A estratégia do senador e Cachoeira, segundo esses mesmos políticos e interlocutores, fica clara em trechos das gravações em que, a despeito de exaltarem suposta proximidade com o governo de Goiás, eles criticam o governador Marconi Perillo e reclamam de planos frustrados para a administração estadual.

O maior sonho do Demóstenes sempre foi pavimentar a candidatura nacional e subir a rampa do Planalto, por isso ele foi tão longe na defesa da bandeira da ética e encampou tantas propostas polêmicas na área de segurança pública e peitou caciques como (José) Sarney (PMDB-AP) e Renan (Calheiros, PMDB-AL)”, diz um amigo do senador.

O senador goiano foi longe em seu intento. Reeleito senador pelo Estado, o nome de Demóstenes entrou novamente, e com mais força, na bolsa de cotações para uma eventual candidatura de vice na chapa do PSDB ao Planalto. Nos momentos de estremecimento entre tucanos e democratas, o nome do senador goiano era citado até mesmo como alternativa para uma candidatura própria. Daí a profunda mágoa e a rápida reação dos líderes democratas em expulsá-lo do partido quando as denúncias contra ele e Cachoeira vieram à tona.

A princípio, a percepção era de que Demóstenes visava candidatura ao governo de Goiás em 2014, apresentando-se como alternativa ao PMDB e ao PSDB goianos. Mas o projeto, segundo interlocutores, sempre foi a Presidência da República.

Demóstenes dizia que, para garantir a sua candidatura à presidência, ele precisava marcar o debate nacional com discurso mais elaborado e convincente do que dos seus opositores. Ele encontrou, no debate sobre a ética na política, a ponte perfeita para encurtar esse caminho até o Planalto”, diz outra fonte, que também preferiu não se identificar. Aliás, segundo esse interlocutor, o projeto de Demóstenes para o Planalto nunca levou a aliança com o PSDB goiano em consideração. Era carreira solo entre Demóstenes e Cachoeira.

Na esteira do debate político, estava a ética. O lastro financeiro era Cachoeira e sua rede de contatos no Estado e no cenário nacional. O “empresário de jogos de azar” foi o primeiro, segundo interlocutores do senador, a abraçar a proposta e se apresentar como colaborador na área financeira.

O Cachoeira ficava imaginando os negócios que poderia fechar se tivesse nas mãos a fatura de uma corrida vitoriosa para a Presidência da República”, diz outro interlocutor.

Nascia ali um PC Farias com muito mais bala na agulha”, comenta a fonte, em referência ao pivô da crise política que levou ao impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello.

O CENÁRIO FAVORÁVEL NO FIGURINO DO PALADINO E NO ARMÁRIO DA CORRUPÇÃO


O cenário para a consagração de Demóstenes era perfeito. O político surgiu para o Brasil nas asas de uma carreira incontestável no Ministério Público, de onde foi catapultado para a Secretaria de Segurança Pública. Aí, o “xerifão” mais uma vez ganhou as manchetes da imprensa com a atuação para desvendar o sequestro de Welington Camargo, irmão da dupla sertaneja Zezé e Luciano. A fama de durão e incorruptível pavimentou o caminho para duas eleições consagradoras para o Senado.

Com o discurso de “paladino da moralidade” na ponta da língua na tribuna do Senado, temperado com frases espirituosas e inteligentes, Demóstenes logo virou o queridinho da imprensa nacional. Não custou muito para ganhar as páginas da “Veja” como o “mosqueteiro da ética”. Pilotando este marketing de Catão, surfou fácil nas ondas da maré anticorrupção que inunda o País.

Não poderia ser nome melhor para enfrentar o petismo atolado até a garganta com denúncias de corrupção, entre elas o mensalão e a demissão de oito ministros do governo Dilma. Demóstenes, sem dúvida, despontava como “o Dom Quixote brasileiro que lutava contra os moinhos verdadeiros da corrupção nacional, tendo como fiel escudeiro o empresário Carlinhos Cachoeira”.

Isso deixou Lula angustiado, pois certamente colocaria fim ao domínio petista no País, que se aproxima de 16 anos e caminha tranquilo para hegemonia de 20 anos. O senador goiano poderia ser o homem que dispararia o tiro de misericórdia no lulismo. Lula, porém, teve a competência de enxergar a ameaça e abrir fogo contra o inimigo, agora desmascarado em todo o Brasil, depois de reveladas as estrepolias demostenianas.

A operação era ousada, mas se comprova pela rede montada pela dupla em todo o Brasil que se estendia em todo o tecido dos três poderes. Para isso, não titubearam em mexer e usar todas as peças do tabuleiro, incluindo gente do Executivo, Judiciário e do Legislativo, em todas as esferas.

Tanto é que, quando o escândalo explodiu, o Senado solidarizou-se de imediato com Demóstenes. Mas, em seguida, o DEM o expulsou e agora até mesmo o PMDB de Iris Rezende, acostumado a abrigar em suas fileiras políticos com vasto currículo de malfeitos, o rejeitou.

Tudo foi pelos ares, porém, pela astúcia do ex-presidente Lula, que, mesmo abatido pelo câncer, não perdeu o faro e a visão que o tornaram o maior político do Brasil.

E o cenário dos “Moinhos de Ventos de La Mancha” (da corrupção) terminou com dois Sancho Pança, personificados em Demóstenes Torres e Carlos Cachoeira como as tristes figuras do épico de Cervantes.”

FONTE: “DM.com.br”. Transcrito no portal “Vermelho”  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=185235&id_secao=1) [Imagem do google adicionada por este blog ‘democracia&política’]

domingo, 10 de junho de 2012

Rock - 15/06/12 - Ummagumma Pink Floyd Cover (Rio de Janeiro - RJ)

Pausa para curtir um Rock que este blogueiro não é de ferro.
Aos roqueiros de plantão e aos que curtem o Pink Floyd, não percam o show do Ummagumma. Dias 15 e 16/06. O valor do convite é R$ 50,00. Este teatro fica próximo a Estaçao Cinelândia do Metro. Estaremos lá.

whiplash.net

15/06/12 - Ummagumma Pink Floyd Cover (Rio de Janeiro - RJ)

Postado por Maria Isabel Silva | Fonte: Produção Ummagumma PFC | Acessos: 390
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Informações sobre os shows:
Data: dias 15 e 16 de Junho de 2012 - Sexta e sábado
Local: Teatro Rival Petrobras
Endereço:Rua Álvaro Alvim,33/37 - Subsolo - Cinelândia - RJ/RJ
Horário: 19:30 horas
Classificação: 16 anos(Menores somente acompanhados dos pais ou responsável)
Ingressos: A venda na bilheteria do Teatro Rival Petrobras e pelo Ingresso.com, a partir do dia 26 de maio.
Com o propósito de levar ao público, da maneira mais fiel possível, o show de uma das maiores bandas de rock progressivo de todos os tempos, nasce na cidade de Três Pontas/MG, o projeto UMMAGUMMA.
Após seis meses de intensa preparação, em 28 de setembro de 2002, acontece o primeiro show, alcançando já na sua estréia um enorme sucesso de público e crítica.
Ao longo dos 10 anos de estrada, a banda já se apresentou em algumas das maiores e melhores casas do país, tais como: Canecão(RJ) - Rio Rock e Blues Club(RJ), Minascentro - Chevrolet Hall - Palácio das Artes(BH), Cine Theatro Central(Juiz de Fora/MG), Clube Jundiaíense(Jundiaí/SP), Centro de Vivência da UFV(Viçosa/MG), Centro de Convenções da UFOP(Ouro Preto/MG), Teatro da Urca(Poços de Caldas), dentre outras; além de praças públicas, parques de exposições e eventos.
A banda UMMAGUMMA Pink Floyd Cover, é considerada pela crítica, como um dos melhores covers do país, e não se limita apenas ao espetáculo sonoro, buscando levar aos fãs, em proporções lógicas, uma reprodução das lendárias apresentações do Pink Floyd também no aspecto visual, fazendo com que o público se sinta num verdadeiro show da banda inglesa.
O repertório passa por todas as fases do quarteto inglês, desde “The Piper At The Gates Of Dawn” até “The Division Bell”
É realmente um show imperdível!!!

sábado, 9 de junho de 2012

Sidney: "Obama pode virar Lula"

Se a Globo interpretar o post do Sidney Resende como um elogio ao Lula, ele poderá ser demitido. Por isso eu não vou tentar interpretá-lo. Acompanhe abaixo.

Obama pode virar Lula

Sidney Rezende | Sidney Rezende | 08/06/2012 21h27
O discurso de hoje do presidente Barack Obama sobre a necessidade de se gerar mais empregos nos Estados Unidos por uma combinação público-privada e a sua receita para barrar a crise europeia via crescimento, e não cortes, bate com as propostas para os mesmos problemas tornadas públicas há alguns anos pelo presidente Lula.
Obama disse hoje exatamente a mesma coisa que Lula. A diferença do que acontece na Europa agora e nos Estados Unidos e o Brasil daquela época é que aqui optou-se pelo crescimento, regulação do mercado, interferência no Estado em algumas ações de agentes econômicos, incentivo a setores geradores de emprego, políticas de compensação e estímulo ao consumo. Deu certo. Coincidência?
Na verdade, não chega a ser a descoberta da pólvora barrar a estagnação com crescimento e consumo. Dar um basta na austeridade absoluta é um certo estilo Keynes de tratar o que hoje chamamos de "crise na Zona do Euro".
Por isso, Sarkozy foi para casa e, se bobear, até o povo alemão manda Angela Merkel vestir pijama logo, logo.
Obama disse com todas as letras que a crise europeia será superada pela flexibilização e não com mais cortes.
Ou Obama cola no estilo Lula ou perderá a eleição para Mitt Romney.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Brasil de Fato: Campanha "Especial Privataria Tucana" arrecada R$ 56 mil em dois meses

Graças à colaboração de 497 brasileiras e brasileiros, 400 mil jornais já estão sendo distribuídos gratuitamente por várias regiões do país

04/06/2012 da Redação

                       (baixe e veja o PDF aqui)
Após dois meses de campanha, o jornal Brasil de Fato encerrou, no dia 31 de maio, a arrecadação de fundos para levar o conteúdo do livro A Privataria Tucana a todos os recantos do Brasil. Graças à colaboração de 497 brasileiras e brasileiros, nos foi possível arrecadar um total de R$ 56.883,13 - o que nos possibilitou a impressão de 400 mil jornais que já estão sendo distribuídos gratuitamente por várias regiões do país.
O jornal especial, obviamente, não reproduz todo o livro. Mas, com esta edição, o Brasil de Fato pretende somar-se ao corajoso e incansável trabalho feito pela blogosfera (blogueiros progressistas) na tarefa de popularizar as denúncias feitas pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. em seu livro. Mais do que isso, o especial conclama a população a pressionar os parlamentares para que instalem uma CPI da privataria tucana, no Congresso, em Brasília.
Você que contribuiu e que deseja receber em sua casa alguns exemplares, por favor, entre em contato com o jornal pelo email juliana@brasildefato.com.br
O jornal Brasil de Fato agradece a tod@s na certeza de que a divulgação do conteúdo desse livro é um grande serviço à sociedade brasileira, pois, acreditamos ser necessário que a população brasileira saiba quem sucateou e roubou o patrimônio público desse país, construído e legado pelas gerações que nos antecederam.

domingo, 3 de junho de 2012

Se depender da Marta, Serra vence fácil

Marta Suplicy fez o que Serra gostaria que ela fizesse

A senadora Marta Suplicy não foi ontem ao lançamento oficial da candidatura de Fernando Haddad pelo PT para disputar a prefeitura de São Paulo. Sua atitude não é só de indelicadeza, mas de desrespeito político.
Marta sempre teve a militância petista em todas as campanhas majoritárias que disputou. E não foram poucas.
Em 1998, sua primeira candidatura a cargo majoritário só não foi melhor sucedida porque uma pesquisa “bem arrumada” pela dupla Ibope/Globo a tirou do segundo turno contra Paulo Maluf. Covas venceu-a por 0,4% dos votos.

Na ocasião foi o ex-presidente Lula quem bancou sua candidatura. Havia muita gente achando que José Genoino ou Mercadante deveriam ser os candidatos petistas àquela disputa. Lula queria Marta. E convenceu o partido do jeito dele. Aliás, convenhamos nem sempre Lula ganha. Perdeu com Plínio para Erundina, em São Paulo. E teve que engolir a candidatura de Luizianne Lins, em Fortaleza, em 2004. E ambas se elegeram. O que significa que nem sempre Lula impõe sua vontade ao PT. E que nem sempre acerta também.
Mas voltando a 1998, Genoino topou sair da disputa também porque vislumbrava a eleição da capital, em 2000, como algo mais interessante. Mas a votação de Marta ao governo do Estado levou-a a se tornar um nome natural do partido para a disputa de São Paulo.
E Marta foi a candidata e se elegeu prefeita em 2000.
Montou um grupo político e controlou o partido localmente com mão de ferro. Alguns de seus desafetos não tiveram espaço na gestão municipal.
Não há grande novidade nisso e faz parte do jogo político.
Marta, deste ponto de vista, realizou algo que Luiza Erundina não conseguiu. O PT governou com Marta. Sem lhe dar maiores dores de cabeça.
Na reeleição, em 2004, Marta e uma parte de seus articuladores achavam que a eleição seria vencida pelas qualidades de seu governo. Que eram muitas, muitíssimas. Mas havia o fator Marta. A prefeita, até por preconceito midiático, se tornou uma candidata pesada. Muita gente a via como uma pessoa arrogante, prepotente, metida etc.
Havia muito de razoável nesta avaliação.
Marta não se esforça nenhum pouco para se mostrar diferente. Ao contrário, Marta é difícil. Uma pessoa bem difícil.
Em 2004, por exemplo, não se esforçou para ter o PMDB como aliado na disputa pela reeleição. Fez bico e deu de ombros. Ouvi de alguém bem próximo a ela que “não valia a pena gastar nem uma vela sequer com aquele defunto”. Ou seja, o PMDB na avaliação daquele interlocutor não existia. E Marta compartilhava daquela avaliação, em garantiu o gajo.
Acontece que o partido à época de Quércia tinha um precioso tempo de TV que poderia ter sido fundamental para diminuir a rejeição a então prefeita e aumentar a aprovação de sua administração, que era alta.
Quem perdeu aquela eleição não foi a gestão, foi Marta. Quem tinha rejeição alta era a prefeita. Não seu governo.
Após a derrota de 2004, Marta disputou as prévias para disputar o governo do Estado com Mercadante e perdeu no olho mecânico. Ou seja, convenceu boa parte da militância petista de que era a melhor candidata. E quase disputou o cargo de Alckmin pelo partido.
Em 2006, tentou a prefeitura de novo. E sua campanha foi um desastre. Foi coroada pelo “é casado, tem filhos?”, que se tornou uma mácula no seu currículo tão próximo às lutas da comunidade LGBT.
Perdeu feio de Kassab no segundo turno.
Na eleição seguinte, em 2010, disputou a eleição para o Senado pelo PT. Fez uma campanha fraca, mas se elegeu com a segunda maior votação. Tendo sido superada por Aloysio Nunes na reta final.
Ou seja, Marta teve de 1998 até 2010 o apoio do PT paracinco disputas majoritárias. Ganhou duas e perdeu três. Perdeu e ganhou com o apoio da militância do seu partido.
Fez disputas bonitas, como a de 1998 e 2000. E disputas mais complicadas, posteriormente.
Fez uma bela gestão municipal em São Paulo e teve duas chances para defender essa história, em 2004 e 2008. Não conseguiu convencer o eleitor de que merecia voltar.
Por acaso Marta foi rifada pelo partido? Ela não teve condições de defender seu legado?
Essa tese que a senadora tenta vender ao não ir ao lançamento da candidatura de Fernando Haddad é falsa. Ela não tem do que reclamar.
Sua postura, ao contrário, reforça o preconceito que boa parte do eleitorado tem dela. De que é uma pessoa arrogante e que se as coisas não forem do seu jeito, não brinca. Aquela menina(o) mimada(o) que só se diverte se for o centro das atenções. Quando há alguém disputando espaço, pega o seu brinquedo e vai embora.
A atitude da senadora Marta na manhã de ontem de não ir ao encontro municipal do PT São Paulo e não atender o telefone é de um ridículo ímpar.
Conhecendo um pouco o partido, aposto que ela jogou fora uma boa parcela de sua credibilidade com a militância principalmente. Principalmente porque os jornais de hoje exploram mais a sua ausência do que a festa. Muitos petistas vão guardar essas matérias no bolso.
Marta fez o que o Serra gostaria que ela fizesse.
E, o pior, talvez tenha se divertido com isso.

sábado, 2 de junho de 2012

Noblat folcloriza Gilmar Mendes e o assume como Gilmar Dantas

O Gilmar Mendes não esperava por esta. O ato "falho" no passado feito pelo Noblat referindo-se a Gilmar Mendes como Gilmar Dantas agora deixou de ser falho e é oficial. Veja você mesmo no Blog Maria frô.
E o curioso é que a investida de Gilmar contra os Blogs pode respingar na Veja em relação aos anúcios do Governo. Se a Veja ficar sem os anúncios estatais aí ela fecha de vez. Com um amigo desses como o Gilmar a Veja não precisa de inimigo.

Nem Noblat respeita Gilmar “Dantas”

Quem me chamou a atenção foi Marcel Moreira que, igualmente, fez os prints e encaminhou as imagens.
A coisa tá muito feia para o lado dos rincões dos Mendes, Noblat pela segunda vez chama Gilmar Mendes de Gilmar Dantas, o ato falho é freudiano: